Vasco sofre até sanar problemas coletivos em noite de classificação
O Cruzmaltino está na 2ª fase da Copa do Brasil. Bateu o Marcílio Dias na noite desta terça-feira em Itajaí, e o placar por 3×1 passa uma falsa sensação de total controle das ações. Mas o jogo não foi exatamente assim. O time sentiu falta da presença de Payet no meio-campo e cometeu deslizes defensivos que poderiam ter custado caro.
A vitória não chegou a ser ameaçada pelo fato de o terceiro gol – marcado por David – ter saído antes dos 30′ do 2º tempo. O problema foi a falta de presença no meio-campo para criar mais na 1ª etapa, além dos lapsos de concentração, que ofereceram um gol e chances ao ”Marinheiro’. O recuo excessivo nos primeiro minutos depois do intervalo também fez os cariocas sofrerem
Escalações
Sem Payet, Ramon Diaz optou pela entrada de Adson. Rossi ficou com a vaga de David e Robert Rojas com a de João Victor. Ambos iniciaram no banco. Já Waguinho Dias não pôde contar com três de seus titulares. O zagueiro Silvio e os volantes Matheus Neris e Marquinhos. O experiente Sandro, ex-Fluminense, ficou no banco. A equipe foi montada no 4-2-3-1.
O jogo
Ciente da necessidade de vencer, já que era o único resultado possível para passar de fase, o Marcílio Dias não esperou o Vasco tomar a iniciativa do jogo. Adiantou a marcação para inibir as opções de passe curto na saída adversária e não rifou a bola quando teve a posse. Tentou empurrar cinco homens em cima da última linha de defesa cruzmaltina.
Projetava os laterais bem abertos e adiantados no campo de ataque. Os pontas Gustavo Poffo e Tércio Cajá buscavam as zonas de Robert Rojas e Léo, e Zé Eduardo mantinha-se centralizando, tentando anular a ”sobra” da defesa em cima de Medel. O time carioca deu uma boa resposta defensiva inicial, e encontrou a solução para superar a pressão em sua saída.
A bola longa para Vegetti raspar foi utilizada na jogada do gol próprio centroavante logo no início do jogo. Rossi, que teve boa atuação, foi inteligente no lance, esperando o movimento do artilheiro vascaíno nas costas do zagueiro Renan Dutra.
A atitude do Marcílio, porém, mostrava que a equipe da casa não se entregaria facilmente. Seguiu a postura agressiva e se aproveitou de um cochilo, além do péssimo posicionamento geral da defesa vascaína, para chegar ao empate com Zé Eduardo. Com a igualdade no placar, não abdicou de atacar, mas marcou um pouco mais atrás, o que fez aparecer um outro problema dos visitantes no jogo.
Adson tinha a missão de sair da esquerda e circular para o meio quando o Vasco atacava. A ideia era que se aproximasse de Zé Gabriel e Galdamés para articular as jogadas de ataque. Ele não se omitiu, tentou, chegou a fazer uma ótima tabela com Rossi em lance que quase marcou, mas não conseguia ocupar uma faixa de campo tão grande com regularidade.
O meio-campo cruzmaltino esteve esvaziado e improdutivo. A esta altura a equipe não sofria pressão do Marcílio, que só voltou a assustar no fim, em nova sequência de desatenções da defesa, mas também não produzia. Rossi fazia boas dobras com Paulo Henrique pela direita, e no setor saiu a falta que terminou com a bola na rede adversária novamente.
Após ajeitada de Vegetti, Adson finalizou da entrada da área, em lance muito reclamado pelo ”Marinheiro”. Antes do fim do 1º tempo, a solução encontrada por Ramon Diaz para encorpar o meio vascaíno foi adiantar Medel. Transformou o chileno em volante. Adson passou a trabalhar mais tempo pela esquerda e Galdamés se aproximava de Vegetti pelo centro.
Já na volta para a 2ª etapa, o técnico vascaíno fez duas mexidas para acrescentar jogadores com características mais próprias ao que pedia a nova formatação da equipe. Medel voltou para a zaga. Paulo Henrique foi sacado e Robert Rojas passou a atuar na lateral-direita. Mateus Carvalho entrou no meio-campo.
O que poderia representar mais controle ao Vasco acabou não funcionando. Sforza errou passes e os dois pontas estavam nitidamente desgastados. Talvez um reflexo do gramado alto. O time carioca começou a marcar muito atrás e levou pressão. Quase sofreu o empate em duas ocasiões e só chegou na área adversária uma vez na metade inicial do 2º tempo.
Como já havia sacado Robert Rojas por problemas físicos – João Victor entrou -, Ramon Diaz foi obrigado a queimar todas as cinco substituições cedo ao tirar Rossi e Adson. Praxedes e David entraram. O time se reequlibrou fisicamente. Começou a combater com mais força no meio-campo e ter momentos de retenção de bola, saindo da pressão do Marcílio Dias.
Não demorou para aproveitar os espaços que a equipe da casa oferecia na busca pelo empate. David se redimiu dos gols perdidos recentemente e finalizou bem um belo passe enfiado por Galdamés. O chileno teve mais uma boa atuação. Com o placar construído, o Gigante da Colina não sofreu mais grandes sustos e administrou o resultado até o fim do jogo.