No discurso, tanto fez, tanto faz. Mas, no caminho até o sonhado terceiro ouro olímpico, a conquista do 11º troféu da competição só faria bem ao time de Zé Roberto.
A tática é justa. Na tentativa de aliviar a pressão por qualquer resultado negativo rumo aos Jogos, a importância de um título foi minimizada. Mas, em meio ao sonho de um terceiro ouro olímpico, uma possível conquista do Grand Prix só faria bem às meninas. Nesta quarta-feira, a equipe de José Roberto Guimarães estreia na fase final da competição contra a Tailândia, às 8h (horário de Brasília), em Bangcoc. O SporTV transmite, e o GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.
Antes mesmo da estreia na competição, ainda na fase de grupos, no Rio, Zé Roberto tentou dizer que o mais importante era ganhar forma. Com pouco tempo de preparação rumo aos Jogos, o técnico encarava o Grand Prix como o principal treino de sua seleção. Queria testar formações, lapidar o jogo e buscar paz de espírito para encarar os sofridos cortes até definir o grupo olímpico. Com sete vitórias e duas derrotas nas três primeiras rodadas, o técnico conseguiu ter uma ideia da equipe que tem em mãos. Agora, pode pensar além.

Na fase final, as cinco melhores seleções da fase de classificação se juntaram à Tailândia e foram divididas em dois grupos. Além das donas da casa, o Brasil encara a forte Rússia em busca de um lugar na semifinal. Do outro lado, uma briga de gigantes entre Estados Unidos, China e uma surpreendente Holanda. Antes de a bola subir, o GloboEsporte.com preparou uma lista de motivos para a seleção buscar seu 11º título do Grand Prix.
BOM PARA O MORAL
Vencer, não importa quando ou onde, sempre fará bem. Na complicada missão em busca do terceiro ouro olímpico, as meninas da seleção de José Roberto Guimarães precisam de um afago no moral. Um título, diante de equipes que estarão nos Jogos (Tailândia é a exceção), dará à equipe a confiança e a certeza de que os passos estão sendo tomados de forma correta. Além disso, jogadoras que ainda buscam sua melhor forma, como Jaqueline e Sheilla, teriam um ganho ainda maior. Mesmo que o treinador tente evitar a pressão, admite o valor de uma vitória no caminho.
– A gente não pensa muito na situação do título, que isso vá dar um certo handicap ao nosso time, em termos de autoestima vai melhorar. O time sabe se está jogando bem ou mal. Essa é a autoestima que o time deve ter, saber onde está, o que está fazendo para melhorar. Todo resultado positivo é importante. Mas não podemos esquecer que derrotas também te mostram o caminho. Vamos jogar para tentar vencer, mas também teremos atenção total aos nossos adversários e ao nosso time – afirmou o treinador.

OLHO NOS RIVAIS
Na fase classificatória, EUA, China e Rússia confirmaram as previsões antes dos Jogos. Não importa o resultado em Bangcoc, as três seleções chegarão ao Rio com o peso do favoritismo na mala. Outro candidato ao ouro, o Brasil terá a chance de acompanhar de perto e de se pôr à prova diante dos rivais. Vencer seria um ótimo sinal rumo à Olimpíada.
– Foi muito legal ter vindo para cá (fase final) porque vemos as jogadoras, o ritmo que elas estão. Por exemplo, a China. Está jogando rápido, mexendo, todas as jogadoras estão numa velocidade rápida. Isso é legal para vermos que estamos um pouco à frente do que elas estavam no ano passado. Isso é bem legal – afirmou Fabiana, capitã da seleção.

LAPIDAR O JOGO
Rumo aos Jogos, o Grand Prix será a única competição do Brasil antes da estreia, no dia 6 de agosto, diante de Camarões. Antes, o grupo disputou apenas dois amistosos contra a República Dominicana. Se os duelos da fase classificatória serviram para que Zé Roberto testasse formações da equipe e até alternativas para as partidas (como a entrada da central Adenízia como oposta), a fase final servirá para aperfeiçoar o time antes de entrar na quadra do Maracanãzinho. Além disso, é a chance de acabar com as últimas dúvidas sobre a lista final.
– Temos de jogar bem. Estamos indo para a Olimpíada, vamos jogar contra times que vão estar na Olimpíada. Temos de jogar todos os jogos bem para chegarmos bem. Bom seria ganhar, para levantar a autoestima. Estamos treinando muito – disse a levantadora Dani Lins.

SEM SUPERSTIÇÃO
Zé Roberto é conhecido por uma série de superstições, é verdade. O Grand Prix, porém, não pode ser encarado como uma delas. Tudo bem, as meninas ficaram apenas com o segundo lugar antes de Londres, em 2012. Mas, voltando ainda mais no tempo, podemos lembrar da conquista do ouro em 2008, quando a equipe se preparava para a disputa dos Jogos de Pequim, palco da primeira medalha dourada da seleção em Olimpíadas.

SUPREMACIA
O Brasil é recordista em praticamente todos os quesitos na história do Grand Prix. Em 23 edições, participou de 22 e subiu ao pódio em 16: são 10 ouros, quatro pratas e dois bronzes. No total, 290 jogos, com 234 vitórias e 56 derrotas. Manter a supremacia não fará mal algum à seleção.
Confira os jogos da fase final (horário de Brasília):
Quarta-feira – 06/07
5h – EUA x Holanda
8h – Brasil x Tailândia
Quinta-feira – 07/07
5h – China x Holanda
8h – Rússia x Brasil
Sexta-feira – 08/07
5h – EUA x China
8h – Tailândia x Rússia
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