Popó anuncia nova aposentadoria em Rondônia, 10 meses após última luta
Ex-pugilista está prestes de completar 41 anos, e disse que idade o motivou a pendurar as luvas novamente: “Não preciso mais provar nada para ninguém”.
Acelino “Popó” Freitas, tetracampeão mundial de boxe, está em Ji-Paraná, região central de Rondônia, para ministrar em um circuito de palestras. Em conversa com o GloboEsporte.com o ex-boxeador falou sobre sua nova aposentadoria, influência de Muhammad Ali, Rio 2016 e o desafio a Manny Pacquiao.
Em agosto de 2015, Popó voltou aos ringues nocauteando o argentino Mateo “El Chino” Veron, 13 anos mais jovem que o brasileiro. Na oportunidade, Popó chegou a desafiar o filipino Manny Pacquiao, em uma luta valendo o título da Organização Mundial de Boxe, WBO.
– Pac, por que você não retorna em 2016 lutando contra mim? O combate pode ser no lugar que você quiser! É a dica! Estou de volta ao ringue. Passo a passo. Hoje eu ganhei por nocaute. Em 2016 eu quero a oportunidade do título. Rumo ao penta – postou em uma rede social após sua vitória contra “El Chino”.
Exatos dez meses depois, o baiano está viajando por Rondônia em uma série de palestras. O ex-pugilista está prestes a completar 41 anos, em setembro, e anunciou nova aposentadoria, antes do previsto inicialmente.
– Eu decidi parar, vi que era o momento certo. Estou com 40 anos, logo completo 41, não preciso mais provar nada para ninguém, foram quatro títulos mundiais e vivo bem com tudo que o boxe me deu. O Trabalho foi feito, agora deixo nas mãos dessa juventude – declarou o tetracampeão mundial de boxe.
Popó revelou que agora pretende se dedicar a outros projetos, entre eles o instituto que ensina boxe em Salvador, BA, sua terra natal.
– Chegou a hora de me dedicar a outras coisas, dar continuidade ao trabalho no Instituto Popó Freitas, onde a gente passa conhecimentos do boxe para crianças e adultos que não podem pagar por aulas.
Legado Muhammad Ali
Em 3 de junho, a lenda do esporte Muhammad Ali perdeu a luta mais dura de sua vida para o Mal de Parkinson. O ex-campeão mundial dos pesos-pesados faleceu aos 74 anos, deixando vazio no esporte mundial e um enorme legado aos lutadores.
– Perdemos uma referência de lutador, de atleta. Ele sempre será a maior representação do boxe, o maior boxeador de todos os tempos. Muita gente bebeu dessa fonte e o legado deixado por ele é enorme. Não foi só o boxe que perdeu, foi o esporte como um todo – lamentou Popó.
Rio 2016
Em janeiro, a Associação Internacional de Boxe Amador aprovou a mudança no boxe olímpicopara os jogos Rio 2016, permitindo a participação de pugilistas profissionais na Olimpíada, que acontecem em agosto. Popó comentou a decisão da associação.
– A ideia tem um lado bom, mas também tem um lado ruim e tira um pouco do boxe amador. Os atletas fazem muitas lutas em um curto espaço de tempo, e tirar o capacete deixa esses lutadores expostos a choques ou cortes, o que impossibilitaria eles de lutarem novamente no outro dia. Se deixassem ao menos a proteção seria mais seguro aos atletas – analisou a decisão da Aiba.
Na época, Popó chegou a cogitar a participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016, mas deixou a ideia de lado após Pacquiao sinalizar que deixariam os ringues.
– Eu queria ir se o Pacquiao fosse, queria vencer ele, ainda mais se fosse aqui no Brasil. Como ele não vai, eu também não tentei. Agora eu parei de vez, tinha até uma luta fechada em Belém, PA, mas me aposentei e mesmo se o Pac me chamasse para lutar eu não aceitaria – disse rindo.
Fonte: Globoesporte RO