OPINIÃO JOGO ABERTO: 17/07/2017

Renovação e prudência.

As novas rodadas de pesquisa que começam a sair do forno apontam em uma direção: a rejeição aos políticos tradicionais e aos partidos habituais. A condenação de Lula somente potencializa este cenário e abre caminho para novos nomes na política. Cientes de que o eleitor busca um outsider, os aventureiros já começam a fazer suas apostas. O próximo ano será muito importante neste processo.

Quando avaliamos o cenário presidencial, o nome que desponta nas pesquisas é Jair Bolsonaro. Ele tem sido uma sensação por onde passa e tem conseguido angariar a simpatia de eleitores declaradamente contrários ao petismo, descontentes com as posturas politicamente corretas e que desejam mudança. Ele cresce no eleitorado mais instruído, de maior renda e jovem. Apesar de estar na Câmara desde a década de 90, é enxergado como um outsider. Seguramente um de seus maiores trunfos.

Alvejado por suas próprias características, o PSDB vive um problema de harmonia interna. Rejeitado pelo eleitorado, precisa pensar em renovação para enfrentar as eleições que se avizinham. Hoje, Geraldo Alckmin e João Doria são testados como opções pelos institutos de pesquisa. Os tucanos não devem fugir disso e, ao final, diante do movimento do eleitor, devem escolher um nome descolado da política tradicional para chegar com chances de disputar o segundo turno.

Enquanto isso, a reorganização partidária segue em frente. Partidos, pouco a pouco, como já lembrei neste espaço, começam a tornar-se movimentos. O Podemos nasce das entranhas do PTN, enquanto o Livres chega ao cenário rebatizando o PSL. O PTdoB passa a se chamar Avante. Há mais de uma década, o PFL resolveu chamar-se de Democratas. Todas estas siglas juntam-se aos partidos já batizados na origem de movimentos, como Rede e Novo. Todos buscam, de uma forma ou de outra, surfar na onda da rejeição aos políticos e partidos tradicionais, mesmo que muitos tragam como novidade somente o nome.

Os partidos seguem tentando resolver a crise de representatividade mediante a tentativa de ruptura com a política cartorial, buscando trazer para dentro de sua estrutura setores da sociedade que não conseguiam encontrar eco dentro das estruturas tradicionais de poder. Esta representação de uma política moderna começa pela mudança de siglas, porém, para alcançar resultados, precisa apresentar resultados muito mais significativos que meras alterações cosméticas.

As pesquisas mostram um caminho lento e direcionado do eleitorado com vistas a romper com os partidos e lideranças tradicionais. Resta saber se os eleitores estão atentos aos movimentos do establishment em capturar suas vontades com vistas a evitar a renovação. Enquanto isso, a sucessão presidencial tende a polarizar-se cada vez mais, esperando o surgimento de um nome de centro, ponderado, apoiado por movimentos, que torne-se o equilíbrio deste processo, sendo o representante da mudança com prudência. Por este caminho passará pacificação do Brasil. Quem viver verá.

Fonte: Por Marco  Aurelio

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