Furoato de fluticasona: mecanismo de ação e restrição
A rinite alérgica é uma das doenças crônicas mais prevalentes em serviços de saúde. Um estudo conduzido em uma capital brasileira, por exemplo, prevê uma prevalência de sintomas de rinite alérgica de 47% em indivíduos adultos participantes da pesquisa.¹ Essa condição de saúde é definida como uma inflamação crônica da mucosa nasal, em que o tecido está disfuncional e alertas comuns (pólen, ácaros, poeira, etc.) como uma ameaça, desencadeando uma ocorrência imune.¹ Apresenta grande impacto na qualidade de vida dos pacientes tanto no aspecto físico quanto social.1
Essa ocorrência é uma resposta imunológica tipo 2, sendo consequência de uma cascata de eventos, que há produção específica de IgE. Além disso, o processo conta com a migração de eosinófilos, basófilos e linfócitos para a região.¹ O efeito final dessa cascata é a produção de muco, prurido, congestão e edema da mucosa nasal.1
Tratamento
De acordo com a Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia, o corticoide nasal é considerado a primeira linha no tratamento da rinite alérgica, pois reduz a resposta inflamatória local, o alívio dos sintomas e a prevenção da exacerbação.²
Existem diversos tipos de corticoides nasais, dentre os quais o furoato de fluticasona. Seu efeito é predominantemente local, com alta camada de camada pelo receptor de glicocorticoide. Logo, é pouco absorvido e apresenta baixa biodisponibilidade, não tendo tanto efeito adverso como o corticoide sistêmico. É considerado, portanto, um corticoide nasal de alta potência.³
O furoato de fluticasona atua na redução de células inflamatórias, com diminuição na produção e liberação de citocinas. Seu potente efeito anti-inflamatório minimiza a inflamação crônica, com melhora do edema e menor permeabilidade da mucosa. Com isso, há menos rinorreia, prurido e congestão.³
Estudos demonstraram que o furoato de fluticasona é eficaz no tratamento tanto da rinite esporádica (sazonal) quanto da rinite crônica com impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes.4
Nos últimos anos, estudos compararam a preferência dos pacientes em relação aos corticoides nasais, sendo o furoato de fluticasona a principal escolha frente à melhora dos sintomas, com menos efeito adverso, como mudança no paladar e no olfato, permitindo melhor adesão ao tratamento. No geral, mais de 50% dos pacientes preferem o furoato de fluticasona quando comparado à mometasona com significância estatística. 5,6,7
De acordo com a revisão sistemática de 2019, publicada na Terapêutica Clínica, Foram encontrados cinco estudos randomizados controlados que compararam furoato de fluticasona (110mcg) ao placebo, que demonstraram superioridade da fluticasona em relação ao controle de sintomas nasais e oculares, como prurido e congestão. Além disso, em relação à segurança, o uso prolongado não teve impacto no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, tampouco foram encontrados efeitos colaterais relacionados à corticoterapia sistêmica (ganho ponderal, hipertensão de disglicemia).7
Por fim, e talvez o aspecto mais importante, mais de novos estudos analisaram a preferência dos pacientes em relação ao placebo e outros corticoides descritos. Conforme já explicitado, a revisão corrobora a preferência em relação ao furoato de fluticasona, devido à menor taxa de evento adverso, facilidade de uso do dispositivo e controle e interrupção dos sintomas.7
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Autor
Médica formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Especializada em Clínica Médica com residência no Hospital Universitário Pedro Ernesto pela UERJ ⦁ Especializada em Terapia Intensiva pelo Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa, com título de especialista pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Residente de Pneumologia no Hospital Universitário Pedro Ernesto pela UERJ.
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- Referências:
- 1. SAKANO, E. et al. IV Consenso Brasileiro sobre Rinites-2017. Doc conjunto da Assoc Bras Alerg e Imunol Assoc Bras Otorrinolaringol e Cir Cérvico-Facial e Soc Bras Pediatr, p. 1-43, 2017.
- 2. WALLACE, Dana V. et al. O diagnóstico e manejo da rinite: um parâmetro prático atualizado. Revista de alergia e imunologia clínica, v. 122, n. 2, pág. S1-S84, 2008.
- 3. DERENDORF, H.; MELTZER, EO Farmacologia molecular e clínica dos corticosteróides intranasais: implicações clínicas e terapêuticas. Alergia, v. 63, n. 10, pág. 1292-1300, 2008.
- 4. JACOBS, Robert et al. Eficácia do furoato de fluticasona 110 μg uma vez ao dia no tratamento dos sintomas nasais e oculares da rinite alérgica sazonal em adultos e adolescentes sensibilizados ao pólen do cedro da montanha. Pesquisa e opinião médica atual, v. 25, n. 6, pág. 1393-1401, 2009.
- 5. YONEZAKI, Masafumi et al. Avaliação de preferência e comparação sensorial percebida de furoato de fluticasona e furoato de mometasona sprays intranasais na rinite alérgica. Auris Nasus Larynx, v. 3, pág. 292-297, 2016.
- 6. YANEZ, Anahi et al. Um estudo de preferência do paciente que avaliou sprays nasais de furoato de fluticasona e furoato de mometasona para rinite alérgica. Alergia e Rinologia, v. 7, n. 4, pág. 183-192, 2016.
- 7. MAIO, J. Russell; DOLEN, William K. Avaliação dos atributos sensoriais do corticosteroide intranasal e preferência do paciente pelo furoato de fluticasona para o tratamento da rinite alérgica. Terapêutica Clínica, v. 41, n. 8, pág. 1589-1596, 2019.
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- PM-BR-FLF-JRNA-240002 – Abril/24