Com velocidade média de 70 km/h, avião movido a energia solar finaliza voo ‘simbólico’ em Nova York
O famoso avião Solar Impulse, que é movido a energia solar, pousou no aeroporto JFK, de Nova York, na manhã deste sábado, depois quatro horas de uma viagem que começou no Lehigh Valley, na Pensilvânia
Decolando na sexta-feira à noite, a aeronave passou boa parte da viagem dando voltas em torno da Estátua da Liberdade para um ensaio fotográfico.
O piloto, Andre Borschberg, falou à BBC após o pouso e considerou o voo “simbólico”.
“Os Estados Unidos são um país onde você encontra muitos empresários e pioneiros, então terminar nossa viagem pela América sobrevoando a Estátua da Libertade – que representa para mim a liberdade de empreender, de inovar, que alimenta o espírito desse país – é muito simbólico.”
O avião tem o tamanho de um Boeing 747 e pesa cerca de 2.300 kg, tendo uma velocidade média de 70 km/h. Ele partiu de Abu Dhabi em março do ano passado e o objetivo dos autores do projeto é dar uma volta ao mundo com o Solar sem gastar nenhum combustível.
Agora, a aeronave deverá partir em direção a Europa, cruzando o Atlântico. Mas e decisão sobre quando isso irá acontecer ainda não foi feita – e é um pouco complexa.
Isso porque o Solar precisa de ventos favoráveis e condições climáticas boas que permitam o sobrevoo pelo oceano por vários dias. “Paciência é a palavra que definirá essa decisão”, disse o diretor de voo Raymond Clerc. “Eu imagino que esse voo irá durar cerca de 3 ou 4 dias.”
A equipe queria que o voo para a Europa tivesse Paris como destino, em uma referência à histórica primeira travessia feita por um avião ao cruzar o Atlântico, com Charles Lindbergh, em 1927. Mas o clima não deverá permitir isso e é mais provável que o Solar parta para Toulouse, mais para o Sul, ou então para Sevilha, na Espanha.
Trajetos
O projeto do Solar já conseguiu grande progresso desde seu início, em 9 de março de 2015. No ano passado, foram cinco etapas de voo, começando em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, e com paradas em Omã, Mianmar, China e Japão.
Nesse período, o trajeto mais marcante foi o que durou mais de quatro dias sobre o Pacífico. Esse voo acabou danificando a bateria da aeronave, que precisou passar por reparos e ficou “inativa” por 10 meses. O projeto se completará quando o Solar retornar a Abu Dhabi.
O avião é movido à enegia “limpa” – ele tem 17 mil células solares, que são responsáveis por mantê-lo no ar abastecendo propulsores e carregando a bateria. A ideia é que o projeto chame a atenção do mundo para que sejam implementadas mais soluções tecnológicas sustentáveis.
Fonte: Bol