Abel, sobre despedida do Palmeiras no Mundial: “Não era o que queríamos, mas é pelo que lutamos”

A disputa do terceiro lugar do Mundial de Clubes não era o objetivo do Palmeiras, mas nem por isso deixou de ser valorizada pelo técnico Abel Ferreira nesta quarta-feira, em entrevista coletiva em Doha, no Catar.
O Verdão enfrenta o Ah Ahly, do Egito, nesta quinta-feira, às 12h (de Brasília). O título será disputado por Bayern de Munique, da Alemanha, e Tigres, do México, às 15h.
Mais sobre o Palmeiras:
– A mim, sempre ensinaram que é melhor ficar à frente do que atrás. Vamos lutar pelo terceiro lugar. Não era o que queríamos, mas é pelo que lutamos – afirmou o português, que deve fazer mudanças na equipe titular.
– Como português, quero sempre ganhar, mas é preciso saber aceitar quando o rival é melhor. Somos um país pequeno, com ambição do tamanho do mundo. Sabemos aprender e seguir em frente. Essa é minha cultura como português, um país simples, mas com força no futebol. Nós queremos sempre ganhar, mas tem sempre o adversário do outro lado. Podem ter muitas desculpas que queremos arranjar, mas no futebol temos de aceitar que os adversários podem ser melhores – disse.
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Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em entrevista coletiva no Catar — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras
Destaque do Palmeiras na partida contra o Tigres, Weverton também participou da coletiva desta quarta-feira, no estádio Cidade da Educação. O goleiro manteve o discurso do treinador e buscou valorizar o duelo contra o Al Ahly.
– Não era o que queríamos, mas é onde estamos. Vamos entrar em campo para fazer o melhor e vencer. As coisas não saíram bem, mas jogamos para vencer todos os jogos. Vamos em busca da vitória para voltar ao Brasil e seguir na temporada.
Abel Ferreira voltou a falar sobre o desempenho do Palmeiras contra o Tigres e afirmou que o clube está garantido no Mundial de Clubes de 2022 (na verdade, é incerto: clique aqui para entender sobre a possibilidade da realização do novo formato do torneio).
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Abel Ferreira:
Pode ser um time que toca mais a bola amanhã?
– Uma coisa é o que queremos fazer e outra é o que o adversário nos deixa fazer. Vocês nunca colocam na equação o adversário. Falam que temos que fazer isso, pressionar alto, assumir o controle… Nunca o adversário está na ação. Vou dar o exemplo do Liverpool. O treinador é o mesmo, os jogadores os mesmos são, estão há sete jogos sem ganhar. Se fosse no Brasil, o que ia acontecer? O City começou mal essa época, com o mesmo técnico, mesmo elenco, investimentos brutais, começou mal e está bem. Temos que perceber que não há treinador ou técnico que não jogue para ganhar. Gostamos de ter a bola, mas há jogos em que o rival proporciona mais transições, o adversário pode ter mais posse e nos obriga a tentar roubar para ser vertical. Isso tem a ver com a forma como o adversário ataca. Se tenho um adversário que pressiona muito, logo nosso jogo será um pouco mais nervoso. Mas há outros que esperam mais, não fazem tanta pressão, então temos tempo para trocar a bola. A estratégia deles é esperar e contra-atacar. Vocês têm que colocar na equação o adversário, onde está o mérito deles e o demérito do Palmeiras.
– Não gosto de arrumar desculpas, elas não nos ajudam a evoluir. Eu gosto de assumir as responsabilidades. Se alguém tem culpa pelo jogador não ter jogado bem, sou eu. Esses jogadores são os que temos. Gosto de fazer avaliações no fim da temporada. Ganharam dois títulos, eles têm todo meu respeito. Um deles esperavam há 22 anos. Me perguntaram quando o Palmeiras estará no próximo Mundial. Eu não sabia, mas já está no de 2022, já está classificado para voltar. Por mérito próprio ganhou a Libertadores, está na Recopa. Nunca prometi títulos. Ninguém quer ganhar mais do que eu e os jogadores. Igual, podem, mais não. Seja contra quem for, nosso objetivo é jogar do início ao fim, como foi contra o Tigres. Fomos superiores por 25 minutos e não fizemos o gol. Poderíamos ter feito. Temos ainda muita coisa até o fim. Por muito que nos custe, o Tigres foi melhor, parabéns a eles. Vamos afinar nosso processo, seguir em frente, de cabeça erguida, só há esse caminho.
Estilo de jogo contra o Al Ahly:
– É uma oportunidade que temos de mostrar nossa forma de jogar, a cultura brasileira, perceber que quando se joga em jogos como contra o Tigres, que está em disputa a vaga na final, é normal que o emocional não esteja tão tranquilo para dar o nosso melhor em termos técnicos, às vezes a ansiedade tira a forma de tirar boas decisões. O Al Ahly é o segundo time com mais presenças no Mundial, desde agosto eles não perdiam o jogo. Um time que tem jogadores com muita qualidade técnica. Os dois times têm futebol propositivo, querem assumir o controle do jogo. Temos condições de fazer um bom espetáculo, seguramente os dois times querem acabar em segundo.
O que conhece do Al Ahly?
– Posso dizer que é um time que defende em bloco médio, que com bola gosta de assumir o jogo e controlar. Mas não é o que o adversário faz, é o que nós como time conseguimos impor. É nossa competência de atacar contra a do adversário de defender e vice-versa. O Bayern não fez aquela pressão alta e agressiva. O Al Ahly sempre quis jogar a partir do goleiro. O Bayern não deixava eles pensarem. O que fomos vendo no jogo era que o Bayern não fez essa pressão, o Al Ahly conseguiu ter a bola, ter alguns ataques, fazer finalização. O Bayern tem melhor treinador, melhores jogadores, é o melhor time do mundo, a qualidade deles permite isso. O Al Ahly se defendeu bem, as forças não são iguais, então se defenderam mais baixo. Há equipes que têm uma probabilidade maior de ganhar, mas quem tem menos pode apostar tudo em uma só. São dois times que se equivalem amanhã, eles tentaram atacar o Bayern e será um jogo de mais equilíbrio dos dois times amanhã.
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