Análise: o que deu certo e o que deu errado na vitória do Corinthians contra o São Paulo

Vagner Mancini respondeu perguntas de membros do Fiel Torcedor dias antes da vitória por 1 a 0 no clássico contra o São Paulo. Numa delas, um torcedor chamado Fernando fez a seguinte pergunta:
– Eu queria saber por que você não consegue fazer o time do Corinthians jogar com raça, jogar com vontade, jogar o jogo todo, o que está acontecendo no vestiário? – questionou o corintiano.
Mancini defendeu seu grupo, disse que tem um vestiário leal e que existe muita cobrança interna. Afirmou que ter raça é “um princípio do clube”. E concluiu dizendo que seu time vinha tendo queda de rendimento no fim dos jogos e que isso o incomodava. Fernando deve estar orgulhoso do que viu.
O Corinthians que derrotou o São Paulo por 1 a 0 teve intensidade como programa de governo. E por 90 minutos.
Com um sistema defensivo que vai se consolidando a cada dia e que chegou a quatro jogos seguidos sem sofrer gols, o Timão teve marcação encaixada, brigou por cada bola e sempre venceu na energia.
Mas o futebol não depende só da transpiração. Estrategicamente, Vagner Mancini acertou mais uma vez. Com dois meses de clube, o técnico vai mostrando uma leitura de jogo muito interessante. Sempre sabe onde ganha e onde perde os jogos. Algo muito relevante.
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Mancini conversa com os jogadores do Corinthians — Foto: Marcelo Braga
Verticalidade eficaz
Um dos pontos positivos da forma como o Corinthians ataca é a rapidez na construção das jogadas. Talvez isso explique como Cazares se encaixou tão bem na função que vinha sendo de Luan. Muito vertical e com passe preciso, o equatoriano acelerou o ritmo em vários contra-ataques.
Léo Natel não foi perfeito como falso 9, desperdiçando alguns lances talvez pela falta de cacoete, mas teve três chances de finalizar na primeira etapa e poderia ter definido a vitória. Teve mérito de achar o espaço e se apresentar para a jogada certa.
No esquema 4-2-4, Otero e Ramiro pelas pontas foram verdadeiros motores e jogaram de forma muito coletiva. Gabriel se somou ao quarteto de zaga como destaque pela segurança e eficiência. E Cantillo, com sua bola longa, deixou Otero na cara de Tiago Volpi para o gol que definiu a vitória corintiana.
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Léo Natel em Corinthians x São Paulo — Foto: Marcos Ribolli