Xuxa afirma: ‘Meu maior presente é ter muita noção de tudo que recebo’
O sucesso de Xuxa Meneghel (60) soma cada vez mais páginas à história da cultura pop. Há décadas de mãos dadas com o êxito, a Rainha comprovou, em 2023, o que ninguém mais duvida: não lhe falta fôlego para surpreender. No ano que passou, ela esteve em projetos de diferentes mídias e espaços, sejam eles modernos ou tradicionais, sem medo dos desafios. O pontapé foi dado em março, na festa de 60 anos da estrela, que aconteceu no Navio da Xuxa. O transatlântico reuniu 4000 pessoas em uma celebração que teve como ápice o espetáculo da anfitriã, exibido no Multishow. Já em abril, Xuxa lançou Caravana das Drags, reality da Prime Video no qual, com Ikaro Kadoshi (42), comandou uma disputa entre drag queens pelo Brasil.
No entanto, o projeto mais aguardado do ano estreou em julho, no Globoplay. Xuxa, o Documentário, fez jus à expectativa e se tornou o doc. mais visto da história da plataforma. Não à toa, ele será exibido na TV Globo, entre os próximos dias 8 e 11 de janeiro, após o BBB. Voltando aos triunfos virais e apostas da loira em 2023, ainda teve a participação no Criança Esperança com Angélica (50) e Eliana (51), a campanha de vacinação do Ministério da Saúde, a sociedade com a rede de fast-food vegana XBloom, o filme Uma Fada Veio Me Visitar e a collab com a grife Reserva, além de homenagens nos programas Altas Horas e Domingão com Huck e o reconhecimento da CCXP23, maior evento da cultura pop mundial, e do TikTok Awards, premiação que celebra os criadores de conteúdo da rede.
A Rainha também esteve presente no Multiverso, no caso dela, Xuxaverso, e mergulhou no mundo das NFTs, uma experiência com figurinhas digitais colecionáveis exclusivas que culminou em um encontro com os fãs. “E 2024 não será diferente, tenho muito trabalho: em janeiro estarei no Universo Spanta (festival carioca de música), tem a 2ª edição do Navio em fevereiro, com o tema Carnaxuxa, voltarei a falar sobre a série Rainha, a turnê O Último Voo da Nave, um musical; o documentário das Paquitas, a série Tarã, da Disney…”, enumera Xuxa. E assim, com gratidão por tudo que lhe aconteceu em 2023 e cheia de planos para 2024, ela falou com CARAS
− O que entendeu sobre si mesma vendo seu documentário?
− Resgatei o carinho por mim. Quando a gente passa por abusos, acha que isso é passado e crê que está bem. Com o doc., vi que fui vítima e sobrevivi. Comecei a me acolher e a aproveitar o que tenho. Também olhei para as paquitas com mais carinho. Queria ter protegido mais todas elas. Hoje, valorizo mais as pessoas que trabalham comigo.
− Não temeu se expor?
− Não romantizei nem passei a mão na cabeça dos meus abusadores. Os coloquei no lugar que merecem estar. Não quero o mal dessas pessoas, quero que se deem bem, mas longe de mim.
− O que se deu de aniversário?
− Me dei carinho. Abraço minhas árvores, beijo as plantas e agradeço por estarem na minha casa, pois sei o quanto desejei ter contato com a natureza por me sentir perto de Deus. Meu maior presente é ter a noção de tudo que recebo no meu dia a dia.
− O que aprendeu esse ano?
− Estou aprendendo a lidar com a maldade. Minha mãe me ensinou que se alguém me batesse ou xingasse, era para revidar. E trouxe isso para o meu dia a dia. Ela não sabia que existiriam mídias sociais, em que as pessoas escrevem muitas coisas bacanas e algumas horríveis. A gente esquece as coisas boas e respondemos aos haters, batemos boca… Hoje, minha mãe diria para não responder. Aprendi que as pessoas querem tirar seu brilho, espaço, luz, tempo e sossego. E não quero mais dar meu tempo, luz e espaço para quem fala coisas ruins de mim. Simplesmente, deleto. Antes, respondia, mas hoje, com quase 61 anos, não respondo mais.
− Que memória de amor você leva de 2023?
− Na CCXP23 um cara nerd falou: “Você me influenciou a acreditar nos sonhos”. Achei bacana porque não tenho nada a ver com o mundo dele, mas, de alguma forma, o incentivei. Uma mãe trouxe a filha, que faz parte do espectro do autismo, do Japão para participar do navio e disse que a garota queria estar comigo naquele momento. A Sasha, depois de ver o documentário, me disse que não sabia que eu tinha vivido tudo aquilo. Com o filme Uma Fada Veio Me Visitar, vi crianças pequenas indo ao cinema, minha afilhada vestida de fadinha… O Junno cantou Doce Mel no Altas Horas. No prêmio do TikTok, eu não sabia que roupa usar, se iam me chamar de Xuxa, de tia (risos).
− Como surgiu o doc. Pra Sempre Tão Bom – Paquitas?
− A Ana Paula Guimarães e a Tatiana Maranhão, ex-paquitas, já falavam sobre esse doc. antes do meu. Queremos lançá-lo logo para aproveitar a curiosidade das pessoas que gostariam que o meu documentário fosse maior. Vou gravar depoimento para o doc. delas.
− Você lançou uma linha de roupas e se associou a uma rede de fast-food vegana, vêm mais produtos com sua marca por aí?
– Me apaixonei pela linha da Reserva e espero que a parceria continue. Já a meta do Xbloom é chegar a cerca de 50 franquias em 2024. A rede oferece alimentação à base de planta, proteica e balanceada. Queremos plantar a sementinha na cabeça das pessoas de que isso vai melhorar o mundo todo. Posso até lançar mais alguma coisa, mas nunca mais será uma avalanche de itens como antigamente. Antes, quem trabalhava comigo não negava as ofertas que chegavam. Hoje, estou focada na qualidade e na verdade.
− O que sonha para 2024?
− Queria que descobrissem a cura para as doenças. É importante ter saúde em todas as fases da vida, mas na velhice talvez seja ainda mais importante, para a gente não dar trabalho para os outros. E queria o poder de promover a lei do retorno: tudo que deseja para os outros volte em dobro para você. Mas não sei se gostarão desse pedido, porque será que as pessoas têm desejado coisas boas aos outros?
− Você voltou a malhar…
− Atividade física sempre me fez bem e não queria me sentir bem. Depois de perder meus pais, irmão, a Maria e o Dudu, me sentia mal por me sentir bem. Mas, agora, entendo que devemos fazer o que for
necessário para estar bem. Faço pilates três vezes por semana e cinco vezes por semana de aulas com o Chico Salgado: boxe, aeróbico, musculação… E comecei a dieta.
− Da sua personalidade, o que manteria em outra vida?
− Seguir apaixonada por bicho e criança. Se no paraíso não tiver bicho e criança, me jogo de lá (risos).
FOTOS: BLADINHO MENEGHEL