Visão defato – 24 de janeiro de 2024
Agora que o caso Marielle acabou, deviam descobrir quem mandou matar Bolsonaro
• Por Alexandre Garcia
Primeiro assunto de hoje: a arrecadação federal do ano passado. Foi inferior à do ano anterior. Segundo os próprios dados oficiais, corrigido da inflação, menos 12 centésimos por cento, ou 0,12%. E o governo atual só pensa em arrecadar, não pensa em cortar, em cortar a despesa. A continuar assim, o déficit vai ser maior ainda. Já foi um déficit gigantesco, de duzentos e trinta e tantos bilhões. Se não cortar, não adianta. Querer tirar da nação dinheiro para sustentar um Estado inchado, um Estado gastador, quando deveria ser um Estado com uma gordura suficiente para lhe dar agilidade, para prestar bons serviços públicos.
Outro assunto é a cassação, pela terceira vez, do mandato do governador de Roraima, Antônio Denarium. Interessante que o nome dele não é esse, né? Ele é de Anápolis. Ele foi para Roraima pelo Bamerindus, depois ele saiu, deixou de trabalhar em banco, mas pôs uma imobiliária, uma corretora, de nome Denarium, que quer dizer dinheiro. Aí acabou pegando o apelido e ele usou como força política. A cassação, por parte do Tribunal Regional Eleitoral, pega ele e o vice, só que eles continuam no cargo porque não transitou em julgado ainda no TSE.
E a grande questão é em outro tribunal, o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Como é que esse tribunal tem como conselheiro, e botou de volta no tribunal, alguém preso, acusado de corrupção, como esse senhor Domingos Brazão, ex-deputado estadual do MDB, que fez campanha para a Dilma junto com Eduardo Cunha. Foi conselheiro do Tribunal de Contas, omitindo muita coisa do Sérgio Cabral. Depois a justiça apurou, esteve preso pela Lava Jato e foi reintegrado no Tribunal de Contas do Rio de Janeiro em março do ano passado.
E agora o Rony Lessa, segundo o noticiário, no curso da deleção premiada, entregou finalmente quem mandou matar Marielle Franco. Foi ele mesmo, o Rony Lessa. O outro que já está preso pilotou o carro e tem um terceiro que deu as informações sobre o paradeiro da vereadora. Com isso encerra a questão. Depois de seis anos de muita fofoca.
Consideramos por exemplo, que Bolsonaro está com uma grande oportunidade de beneficiar obras sociais da mulher dele, Michele, com ações na justiça em indenização em crimes contra a honra. Porque ainda ontem, anteontem, a gente viu pessoas que supostamente deveriam ser sérias, porque tem longa carreira jornalística, dizendo que Bolsonaro estava tremendo, porque o Rony Lessa vai dizer quem foi que mandou matar. O que é isso? É uma insinuação muito clara, muito explícita. E é crime contra a honra, sem dúvida. Pode aproveitar essa oportunidade.
Agora ficamos boquiaberto como no Rio de Janeiro um sujeito desse vai para o Tribunal de Contas é preso e volta para o Tribunal de Contas. Ele estava envolvido com milícia da zona oeste, acusações de falsidade de toda a ordem e estava lá sobrevivendo. E ainda parece que mandou matar por vingança contra o Freixo, porque Marielle trabalhou 10 anos para o Marcelo Freixo, quando era do PSOL, e o Marcelo Freixo presidiu uma CPI em que citou esse senhor Brazão na CPI das milícias.
Mas, enfim, é como disse ontem o senador Magno Malta. “Agora vamos ver se descobrem quem mandou matar Bolsonaro. Quem mandou a faca de Adélio Bispo entrar na barriga de Bolsonaro? Quem inventou um álibi para Adélio Bispo na Câmara dos Deputados? Quem mandou os advogados de Jatinho aparecerem lá imediatamente em Juiz de Fora? Quem pagou a pensão de Juiz de Fora, arranjou os celulares para Adélio Bispo? Quem, quem, quem?” Agora que não tem mais a Marielle, a gente podia ir atrás disso, como sugere o senador Magno Malta.