Visão defato – 03 de novembro de 2023
Dois pesos e duas medidas
Por Nikolas Ferreira
Fazendo um raciocínio simples e lógico, não parece ser difícil noticiar e cobrar as devidas punições a quem comete crimes, independente da cor, raça, sexo, idade e por aí vai. Porém a esquerda fez com que a politização entrasse até nisso. Antes de atacar alguém, a regra agora é: ‘’Votou em quem?’’
Podemos lembrar, quando, em julho de 2022, a imprensa noticiou o caso de dois homens que, após discutirem por política, iniciaram uma briga que culminou com a morte de um deles. O autor era eleitor de Jair Bolsonaro e a vítima eleitora de Lula.
Não demorou muito para que o caso fosse politizado ao máximo por simpatizantes do petista, como uma tentativa de colocar a culpa do crime no candidato adversário. Tão certo como afirmar que nenhum terceiro poderia ser responsabilizado por isso além do próprio autor, é defender que o assassino seja penalizado com os rigores da lei. Certo?
Depende. Pelo menos essa é a visão de inúmeros progressistas. Em maio de 2018 o ex-vereador do PT Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, foi preso após agredir um manifestante na porta do Instituto Lula em São Paulo. Além de não condenar o ato deplorável de seu aliado, o então pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva lhe agradeceu, por supostamente estar o defendendo.
Abordando apenas casos mais recentes, em junho deste ano Daniel Bittar foi preso em flagrante por sequestrar e estuprar uma garota de 12 anos. Segundo os relatos da própria, a menina foi rendida com uma faca, dopada e em seguida colocada dentro de uma mala e levada para a casa do pedófilo. Nas redes do autor, além de apoio ao principal nome do Partido dos Trabalhadores, havia uma postagem com a legenda ‘’o amor já venceu o ódio’’, e ironicamente uma postagem contra a pedofilia.
Meses depois, o vereador petista Carlão foi filmado com uma faca agredindo Godofredo Brito em Cocal, no Piauí. O jornalista estava indo fiscalizar uma obra na cidade quando foi abordado de forma violenta pelo político. Enquanto Godofredo ficou ensanguentado e com diversos hematomas simplesmente por exercer o seu trabalho, Carlão prestou depoimento, foi liberado e continua exercendo o seu mandato normalmente.
No mais recente de todos, ocorrido no último dia 27 em São Paulo, o professor e militante de esquerda Eric D’Ávila empurrou uma idosa de 86 anos no chão da calçada, fazendo com que ela quebrasse o fêmur, o que principalmente considerando sua idade, poderia ter a levado à morte. Em sua defesa o agressor disse que se sentiu ameaçado pela vítima por ele ser homossexual, mesmo que com as imagens deixando claro que nada havia acontecido anteriormente. A delegada do caso afirmou que o autor foi extremamente frio e não demonstrou arrependimento e ele responde pela ação em liberdade.
Diferente do primeiro fato, os demais não tiveram nem de perto a mesma repercussão. Alguns foram pouco noticiados e outros divulgados sem maiores detalhes. O ponto comum entre todos os outros é que tanto a velha imprensa como políticos ou militantes de esquerda não divulgaram a ideologia e o histórico dos criminosos. Não fosse a mídia alternativa, que desempenha um papel fundamental no país, ou até mesmo os próprios cidadãos brasileiros, nem ficaríamos sabendo de tantos detalhes.
No caso de Eric teve particularidades cômicas, para não dizer outra coisa. Ainda sem saber de muitos detalhes sobre o caso, um jornal esquerdista já havia publicado o acontecido. Nos comentários, os seguidores afirmavam categoricamente que se tratava de alguém que ‘’apertou 22’’ nas urnas. O banho de água fria não demorou a chegar quando souberam que na verdade ele havia apertado 13 com muita convicção.
Entidades e parlamentares que se dizem defensores dos direitos LGBTs não acionaram a justiça solicitando multa ou prisão, não pediram censura contra o mentiroso desumano que segue ativo nas redes sociais, bem como nenhum ministro governista apareceu para comentar tamanha atrocidade. Estão mais preocupados em fiscalizar oração, assistir a podcasts de seus opositores para levantar narrativas e se revoltaram mesmo foi com uma simples peruca loira. Condenar algo que inclusive banaliza a homofobia e prejudica a luta de quem busca por aceitação e não pela imposição promovida pelos ativistas não parece ser prioridade.
O senso de justiça seletivo, focado em punir sistematicamente alguém somente por pensar diferente enquanto crimes cometidos por correligionários são relativizados é só mais uma prova de que o nosso desafio não é uma corrida de cem metros, mas sim uma maratona. Precisamos estar firmes e preparados.