Visão de Fato – 19 de Junho de 2020
Avançar com segurança.
A economia brasileira registrou o maior tombo de sua história, com a queda de 9,73% do IBC-BR, considerado a “prévia do PIB”, em abril. Este é um reflexo direto da crise da pandemia e das medidas de isolamento, necessárias para combater a disseminação do coronavírus.
O dado divulgado ontem pelo Banco Central parece corroborar o alerta do ministro Paulo Guedes de que o país vive uma recessão que, se não forem desengavetadas as reformas estruturais, pode se tornar uma profunda depressão.
O Brasil vinha de uma boa recuperação antes de entrar no período de quarentena, o que interrompeu os avanços nas discussões sobre a desburocratização, a desestatização e a simplificação do sistema tributário nacional.
Agora, com o início da flexibilização do isolamento, com a reabertura de negócios parados há três meses, é preciso olhar para a frente com responsabilidade.
Economistas da-FGV identificaram sinais de uma ligeira retomada a partir dos números preliminares de maio e junho. As expectativas do setor de serviços, que haviam atingido o ponto mais baixo em abril, sinalizam uma ascensão de 14 pontos, e a utilização da capacidade instalada da indústria projeta uma subida de 17 pontos na escala. Além disso, a queda da taxa básica de juros para 2,75% ao ano favorece a maior disponibilidade de crédito para a produção.
Esses dados não chegam a ser a luz no fim do túnel, mas indicam que, com trabalho e condições certas, é possível mudar o rumo da história, permitindo que os empreendedores façam a sua parte. Um alerta, contudo, é preciso: a flexibilização da quarentena não significa que a pandemia foi vencida e que o perigo está descartado. Se os cuidados com a prevenção da Covid-19 forem desprezados, em vez de uma retomada econômica, o que teremos serão prejuízo e mortes.
Por Marco Aurélio