Visão de Fato – 17 de Abril de 2024
Menos álcool e mais saúde
Se jovem é curioso, costuma quebrar normas e gosta de exercitar a experimentação no último grau, um levantamento divulgado esta semana derruba esse padrão. Jovens da Geração Z — que incluem pessoas nascidas entre 1995 e 2009 — estão consumindo menos bebidas alcoólicas em comparação com as gerações anteriores, segundo pesquisa feita pela Martech MindMiner.
O dossiê das bebidas ouviu 3 mil pessoas de todo o país, de diversas faixas etárias. A pesquisa revelou que 45% da Geração Z consome álcool, enquanto os da Geração Y (nascidos entre 1982 a 1994) representam 57%; a Geração X (nascidos entre 1965 e 1981); 67%; e os Boomers (nascidos entre 1945 e 1964), 65%. Essa tendência de queda está relacionada principalmente à falta de interesse (58%) e ao sabor das bebidas (35%), contribuindo para uma mudança significativa nos padrões de comportamento.
O levantamento também mostra que 57% dos entrevistados consomem bebidas alcoólicas. Entre as categorias mais populares, a tradicional cerveja lidera com 44%, seguida de perto pelo vinho, com 37%; destilados, com 36%; as prontas para consumo, com 26%; e outras opções somando 24%. Para os especialistas, o estudo mostra uma mudança de paradigmas — em que a saúde e o bem-estar ganham destaque — e a Geração Z aparece como força impulsora dessa transformação, consumindo menos álcool e optando por estilos de vida mais equilibrados.
Se, de um lado, a cervejinha ainda é a “menina dos olhos” entre as bebidas alcoólicas; por outro, uma nova frente vem ganhando força: a cerveja sem álcool, o que demonstra uma crescente conscientização e aceitação por parte dos consumidores. O alto índice de familiaridade, com 82% dos entrevistados afirmando conhecer o produto, sugere uma penetração significativa no mercado.
Além disso, 47% já experimentaram cerveja sem álcool e a disposição desse público em pagar mais por bebidas que promovem benefícios à saúde é revelada por 57% dos entrevistados. Vale destacar, ainda, a associação entre cerveja sem álcool e atividade física — observada em 88% dos conhecedores da bebida. Seria um crescimento do estilo de vida ativo e saudável?
Está aí uma boa oportunidade para parcerias entre poder público, escolas e famílias. A organização de campanhas e eventos voltados à valorização da qualidade de vida e do bem-estar tem chance de receber grande quantidade de adesões. Podem ser ambientes propícios para se abordar questões como cuidados com o corpo, alimentação adequada, exercícios físicos e prevenção de doenças, por exemplo. Especialistas estão se dirigindo a pessoas que, segundo os números indicam, são mais abertas às recomendações para se obter uma vida saudável.