VIsão de Fato – 13 de Agosto de 2020
” compromisso de Bolsonaro com o teto de gastos e as privatizações.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou em pronunciamento que as privatizações continuam sendo prioridades do seu governo e que o teto de gastos será respeitado, com a colaboração da Câmara e do Senado. Ele se reuniu com Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Paulo Guedes, entre outros ministros.
A fala de Bolsonaro se deu para acalmar o mercado, depois que dois secretários deixaram os cargos no Ministério da Economia alegando que a reforma administrativa e as privatizações não eram uma prioridade e não estavam sendo levadas adiante. O presidente da República lamentou as perdas.
Muita gente deixou a equipe econômica porque não aguentou as pressões corporativas e burocráticas, de interessados e de políticos. Não é fácil mesmo.
Logo que foi promulgada a Carta de 1988, o ex-presidente José Sarney afirmou em entrevista, que com essa constituição o país se tornaria ingovernável. Isso porque se o Legislativo ou o Judiciário não permitirem, o presidente não governa. A Constituição esqueceu do presidencialismo legítimo.
Bolsonaro tirou Victor Hugo (PSL-GO) da liderança do governo na Câmara. O deputado continua leal a ele, mas ainda está no primeiro mandato. O governo está precisando de um bom articulador com experiência.
No lugar de Victor Hugo entra o deputado Ricardo Barros, que está no sexto mandato. Ele foi o mais jovem prefeito de Maringá, o pai dele também já foi prefeito da cidade. A mulher de Barros, Cida Borghetti, já foi governadora do Paraná.
Além disso, ele foi ministro da Saúde no governo Michel Temer e é engenheiro — mais um ministro da Saúde que não é médico. Ele revisou 2 mil contratos na pasta e economizou para o contribuinte R$ 5 bilhões.
Bolsonaro esteve em São Paulo para a cerimônia de embarque da ajuda humanitária ao Líbano. A comitiva liderada pelo ex-presidente Michel Temer vai voar em dois aviões importantes da indústria aeronáutica brasileira.
Um deles é o grande cargueiro KC-390 e o Emb-190. É uma propaganda para o país, mas também uma conquista do presidente.
Além da missão humanitária importante, é preciso considerar que há 12 milhões de libaneses e descendentes morando aqui no Brasil e que Michel Temer foi seis vezes presidente do MDB.
Além disso, no mesmo dia em que o ex-presidente vai para a ação humanitária, um ex-ministro dele se torna líder do governo na Câmara. É uma grande movimentação no xadrez político por parte do presidente da República.
Bolsonaro terminou o dia trazendo para a residência oficial os presidentes da Câmara e do Senado para conseguir apoio ao controle do teto de gastos. Foi um grande dia para Jair Bolsonaro.
Mas não foi um grande dia para o governador de São Paulo, João Doria, que testou positivo para coronavírus. Ele afirmou que ainda não está com os sintomas da doença, provavelmente já foi medicado com cloroquina, como o seu “médico para assuntos de Covid”, David Uip, que foi infectado antes.
O governador deu uma declaração ao Correio Braziliense. A manchete do jornal foi “Quem defendeu vidas, foram os governadores”, ou seja, Doria assumiu a responsabilidade pelos 2,25 milhões recuperados e pela morte de 103 mil pessoas.
Os russos saíram na frente no mercado da vacina contra o novo coronavírus. Imagina quantos milhões de doses vão ser necessárias para imunizar o mundo e quanto tudo isso vai custar. Agora se entende porque fizeram campanha contra a hidroxicloroquina.
Os remédios do protocolo precoce são muito mais baratos. Os fabricantes de vacina queriam que as pessoas esperassem e pagassem mais caro pela imunização da Covid-19. Obviamente é isso.
Por Marco Aurélio