Visão de Fato – 09 de Setembro de 2020
As injustiças do Judiciário.
Vamos começar com as questões da justiça. Você sabe muito bem que os elevadores que já eram automáticos, agora são inteligentes. Tem até elevador inteligente que sabe até aonde vamos.
Mas, no Superior Tribunal de Justiça, que é um palácio faraônico, foi fechado agora um contrato, uma licitação, para contratar ascensoristas durante dois anos. Durante dois anos o contrato para ascensoristas no Superior Tribunal de Justiça vai somar três milhões. Para apertar o botão… Porque parece que, não se sabe, o que é… Mas é para apertar o botão. E o dono da empresa de prestação de serviço, da terceirização, é um deputado local do Distrito Federal que está sendo processado na Justiça Eleitoral por abuso do poder econômico. Que ironia, né?
Privilégios.
Outra aconteceu no Conselho Nacional de Justiça que julga juízes e desembargadores, mas não julga ministros do STF. Não tem poder para isso.
Eles julgaram um desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará, que recebia rachadinha dos seus funcionários de gabinete comissionados que recebiam sabe-se lá, digamos R$ 5 mil no contracheque, mas mil ia para o desembargador, segundo o processo.
Ele foi punido. Sabe qual é a punição? Aposentadoria. Agora ele vai trabalhar em casa, sem fazer nada, mas vai ganhar o contracheque por esse “trabalho”. Ou seja, vai ganhar para não trabalhar, vai ficar em casa.
Até quando essa coisa horrorosa vai permanecer? É um absurdo isso. Mas enfim, parece que tem que mudar a Constituição porque eles eles são inamovíveis, algo assim.
Censura a Dallagnol .
Houve mais uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público que puniu, por 9 votos a 1, Deltan Dallagnol.
A punição é uma censura. Ele já tinha uma advertência por ter dado uma entrevista em rádio, criticando o Supremo Tribunal Federal. Agora essa censura porque ele criticou o modo de escolha do presidente do Senado, queria que fosse eleição aberta.
Deltan criticou Renan Calheiros, e Calheiros acha que foi prejudicado, que por isso é que ganhou o Davi Alcolumbre na última eleição.
Renan ganhou, Dallagnol foi censurado e, como consequência de ser uma segunda punição, atrasa em um ano a próxima promoção de Dallagnol.
Dallagnol se sentiu injustiçado, e diz que vai recorrer ao STF. Mas é um aviso de que o Ministério Público tem que falar nas investigações, na apresentação da denúncia, no processo, enfim. E não ficar dando entrevista a torto e a direito, como fazem ministros de tribunais superiores – ministros do STF, especialmente.
Os ministros Barroso e Faquim que vão julgar um caso eleitoral da chapa Bolsonaro-Mourão já deram palpite.
Bolsonaro foi chamado de Cavalo de Troia contra a democracia, de que aplaude a tortura e a ditadura.
Aliás, isso foi desmentido pelo presidente do STF, Dias Toffoli, que elogiou a posição de Bolsonaro: sempre democrático, sempre respeitando a independência de poderes e as determinações do STF.
Mas o STF está fora disso, não há corregedor para apurar coisas. E é óbvio que o juiz não pode fazer manifestações sobre as pessoas que vão julgar. Fica aparecendo preconceito. Essa que é a verdade.
Vacina de Oxford.
E por fim, podemos registrar um evento no Palácio do Planalto, uma reunião ministerial na qual o presidente convidou uma menina, youtuber muito ativa, que foi levada lá para fazer pergunta para os ministros, a Esther Castilho.
E ela perguntou para o ministro da Saúde quando é que vai chegar uma vacina. O ministro respondeu que em janeiro. Que vai ter 100 milhões de doses, da Oxford, vacina inglesa do laboratório AstraZeneca.
Há já um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz, esse nome que é ligado a vacinação. E a Oswaldo Cruz a partir de abril de 2021 vai produzir a vacina completa com insumos nacionais.
Isso se não aparecer outra vacina mais eficaz. Vimos por exemplo que os israelenses já estão conseguindo um teste que leva dois, três segundos, para dar o resultado. O que seria um grande avanço no diagnóstico e no tratamento precoce, que é o lado mais importante do tratamento da Covid-19, que realmente salva-vidas, que evita hospitalização, intubação e UTI.
Por Maco Aurélio Cândido