Visão de Fato – 03 de Outubro de 2024
O que está acontecendo no Brasil? Sente-se
Por Deltan Dallagnol
Observe o que está acontecendo no Brasil. Antes, sente-se para não cair. Verá um governo que busca perdoar as penas de criminosos perigosos por meio de indultos natalinos, colocando bandidos nas ruas, supostamente para combater a superlotação nos presídios, em vez de construir novas instalações ou apresentar soluções para reduzir o crime organizado.
Verá um governo que bate seu próprio recorde de queimadas e focos de incêndio, destruindo nossas florestas e biomas, incinerando animais, escurecendo cidades com fumaça e agravando doenças respiratórias, que já mataram mais de 80 pessoas em São Paulo nos últimos dias. O fato de o governo ter cortado verbas de combate ao incêndio pouco antes disso só pode ser uma coincidência.
Verá um ministro do Supremo, indicado pelo mesmo presidente deste governo, decidindo sozinho anular condenações e processos de corruptos confessos da Lava Jato, suspendendo multas bilionárias de empresas que admitiram crimes e entregaram provas, e ainda emitindo decisões favoráveis à empresa e ao colaborador que denunciaram o apelido do ministro nos arquivos da Odebrecht: “O amigo do amigo de meu pai”.
Verá um governo que tenta reduzir os mais de 50 mil homicídios anuais dando lições de moral às polícias sobre “racismo estrutural” e outras pautas da militância identitária woke, em vez de propor políticas públicas baseadas em evidências e em experiências internacionais.
Verá cidadãos trabalhando 150 dias por ano apenas para pagar impostos, no país que tem o pior retorno de impostos em saúde, educação e segurança, ocupando o último lugar em um ranking de serviços públicos dentre os 30 países de maior carga tributária do mundo.
Verá outro ministro do Supremo que censura, silencia, bloqueia, prende e bane pessoas e redes sociais inteiras do país em nome de uma falsa “defesa da democracia”. Um ministro que arrasta mais de 210 milhões de brasileiros para um inquérito ilegal, proibindo-os de acessar redes sociais e exercer sua liberdade de expressão, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia. Um ministro que permite, sob sua jurisdição, que pessoas morram debaixo de seus cuidados (ou de sua negligência ou seria mesmo maldade?): Clezão e sua família que o digam.
Verá um Procurador-Geral da República omisso, conivente, que não só fecha os olhos para ilegalidades flagrantes cometidas por esses ministros, como, em alguns casos, apoia e defende, quando deveria investigar, denunciar e recorrer. Diante do maior escândalo judicial da história do Supremo, ele oferece solidariedade e apoio não às vítimas, mas ao ministro algoz, que ele deveria investigar e punir. O fato de alguns desses ministros terem pressionado por sua indicação é pura coincidência.
Verá uma educação nas últimas posições no PISA 2022, em que alguns professores não ensinam adequadamente a ler, escrever, fazer contas ou compreender fenômenos científicos complexos e a história do mundo, mas doutrinam as crianças com ideologias perversas. Há quem ensine a falar “todes” ou que não precisam se identificar com o gênero biológico. Verá o presidente e seu candidato à prefeitura da maior cidade do país cantando o hino nacional em linguagem neutra: “Des files deste sole és mãe gentil”.
Verá um governo aliado a grandes corruptos e a empresas bilionárias que corromperam membros do próprio governo, disposto a conceder descontos de até 50% nas multas de empreiteiras flagradas na Lava Jato. Um governo que aceita deixar de arrecadar quase R$ 6 bilhões em multas para ajudar os empreiteiros “amigos”, que sempre “ajudaram” o governo.
Verá um país com uma dívida pública na estratosfera, atingindo R$ 1,128 trilhão, um recorde histórico, representando cerca de 77,8% do PIB, nível comparável ao da maior pandemia global dos últimos 100 anos. E, falando em pandemia, verá um país que liderou recentemente o ranking de casos de dengue no mundo, com mais de 6,3 milhões de casos e mais de 2,2 mil mortes.
Verá uma Justiça que já começou a devolver aos criminosos o dinheiro que eles voluntariamente destinaram à sociedade após confessarem seus crimes nos acordos de colaboração premiada: R$ 25 milhões já foram devolvidos a um desses colaboradores. Os demais aguardam na fila, esperando que o ministro “amigo do amigo de meu pai” atenda seus pedidos e devolva os milhões roubados, para serem desfrutados com impunidade.
Verá um governo que, em 8 meses, registra mais invasões de terras patrocinadas por militantes e terroristas de esquerda do que nos últimos 4 anos do governo anterior, enquanto produtores e fazendeiros do agronegócio são chamados de “fascistas, negacionistas e mau-caráter” pelo próprio presidente da República.
Verá um governo que, ao mesmo tempo que abre mão de R$ 6 bilhões das empreiteiras corruptas, age para confiscar R$ 8,5 bilhões das contas bancárias e poupanças esquecidas pelos brasileiros, com o objetivo de fechar suas contas, todas no vermelho. Mais de 6 milhões de brasileiros têm mais de R$ 100 para receber, mas muitos nunca saberão disso, pois o governo já terá tomado o dinheiro sem seu consentimento.
Verá um Legislativo composto, em sua maioria, por membros da velha política, adeptos do toma-lá-da-cá e da troca de emendas bilionárias por votos, em que nossos parlamentares se comportam como sanguessugas: em vez de servirem ao Brasil, servem-se dele como em um banquete infinito, enquanto o povo morre de fome do lado de fora dos palácios de Brasília.
Poderia ser dito muito mais: sobre os mais de 60% dos brasileiros que têm medo de expressar sua opinião nas redes por causa da censura, sobre jornalistas e cidadãos exilados, sobre os R$ 3 bilhões do Bolsa Família (dinheiro dos pagadores de impostos) que foram para os bolsos de sites de apostas e cassinos online, sobre um terço dos jogadores endividados com nome sujo, sobre o nosso Judiciário ser o mais caro e ineficiente do mundo, sobre o ativismo judicial do Supremo, sobre o dinheiro da saúde e educação indo para o fundão eleitoral.
Observe o que está acontecendo no Brasil: faltam linhas para explicar o abismo em que o Brasil se encontra.
Depois de tudo isso, pense: esta eleição é ou não a batalha mais importante da sua vida? Você vai empunhar sua maior arma, o voto, e se juntar a nós na linha de frente dessa luta? Vai usar seu poder para eleger candidatos de direita comprometidos com o combate à corrupção, a defesa da liberdade de expressão, o livre mercado, o combate aos abusos judiciais e o compromisso pelo impeachment de Alexandre de Moraes? Ou vai deixar tudo como está?
As eleições de 2024 determinam não só quem serão nossos prefeitos e vereadores, mas quem eles ajudarão a eleger em 2026. A hora de lutar é agora. No dia 6 de outubro, faça a escolha certa.