Vasco não se entrega e soma ponto valioso no clássico com Coutinho querendo demais
O Vasco é um time que não negocia com a derrota, e isso mais uma vez ficou claro neste domingo, no empate em 1 a 1 no clássico contra o Flamengo. Sair de um momento desconfortável dentro da partida e buscar a reação viraram hábito para a equipe comandada por Rafael Paiva, que eventualmente tem conseguido virar placares e invariavelmente mostra-se um adversário difícil de ser batido.
A classificação sobre o Athletico na Copa do Brasil, com direito a virada relâmpago no jogo de ida e a atuação valente com um jogador a menos desde o primeiro tempo na volta, está recente na memória. Esse e outros exemplos recentes contaminaram o torcedor com uma sensação insistente de esperança, onde até o mais pessimista dos vascaínos pode se pegar pensando: “Eu acho que dá, hein?!”. Foi o que ocorreu no clássico.
Rafael Paiva preferiu não inventar e mandou a campo o mesmo time que eliminou o Athletico da Copa do Brasil no meio de semana, com exceção da entrada de Jean David na vaga de Rayan na ponta direita. A estratégia era clara: se segurar na defesa para sair nos contra-ataques e ir ganhando campo com o tempo. O time nos primeiros minutos mostrou muita saúde nas divididas, mas logo foi perdendo ímpeto e vendo o Flamengo tomar conta do jogo.
Em determinado momento do primeiro tempo, a posse de bola chegou a bater 72% contra 28%. A equipe cruz-maltina foi acuada no seu campo de defesa, tinha muita dificuldade para jogar no Maracanã e só não sofreu o gol porque Léo Jardim fez ótima defesa à queima-roupa em cabeçada de Pulgar. Só dos 25 minutos em diante, aproximadamente, é que o Vasco passou a sair mais. Acertou uma bola no travessão com David em uma das poucas jogadas trabalhadas no ataque, mas o lance foi anulado porque o atacante estava impedido.
Estreante no time titular, Jean David não fez boa primeira etapa e errou muito. Parece ter entrado sem confiança. Por outro lado, Hugo Moura e Paulo Henrique destacavam-se tanto defensiva quanto ofensivamente. Sforza também fez bom jogo, mas quase pôs tudo a perder ao ser desarmado por Arrascaeta dentro da área – sorte dele é que o Flamengo não aproveitou o lance. A equipe foi para o intervalo com três finalizações, apenas uma delas na direção do gol.
Ele voltou querendo demais
O Vasco voltou ligeiramente melhor do intervalo, ocupando um pouco mais o campo ofensivo e incomodando o Flamengo, mas ainda muito longe de configurar uma pressão. Paiva insistiu na manutenção de Jean David, que só saiu aos 18 minutos para a entrada de Rayan.
À medida que subia de produção, a equipe cruz-maltina concedia espaços na defesa. Primeiro, Bruno Henrique carimbou o pé da trave esquerda de Léo Jardim. Em seguida, Léo Ortiz apareceu como um foguete dentro da área e carimbou o travessão em cabeçada. Só que, aos 26, o Flamengo chega ao gol com Gerson em lance cujo espaço nasce a partir do momento em que David não acompanha Wesley.
Philippe Coutinho e Emerson Rodríguez preparavam-se para entrar quando Gerson acertou o cantinho de Léo Jardim. Ora, seria dificílimo reagir diante dessas circunstâncias, contra um adversário que terminou a partida com 17 finalizações, cinco delas na direção do gol de Léo Jardim.
Com as mexidas, o Vasco cresceu e viveu seu melhor momento dentro do jogo, chegando a ensaiar uma pressão sobre o Flamengo, que por sua vez assustava nos contra-ataques. Em uma dessas jogadas, Léo Pereira invadiu a área, tentou cavar um pênalti e viu o castigo chegar a cavalo: o Vasco cruzou o campo com Rayan em aproximadamente 12 segundos, e o contra-ataque encontrou Philippe Coutinho na área para empatar a partida.
Foi o primeiro gol de Coutinho, que voltou ao Vasco querendo demais, nesse retorno ao clube.
Com o resultado, o Vasco chegou a seis rodadas de invencibilidade no Brasileirão, retomou a oitava posição na tabela e reduziu em um ponto a distância para o sétimo, que no momento é o Cruzeiro: 35 contra 41. Ponto valioso somado no clássico.
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