Um dia antes de denúncia ser votada, Temer chama Maia para encontro
Hoje, parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça, foi lido em plenário.
Na véspera da votação de denúncia, o presidente da República, Michel Temer, chamou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma reunião. As informações são do blog da Andréia Sadi, no portal G1.
Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstrução de justiça e organização criminosa.
O processo será analisado pelos parlamentares, nesta quarta-feira (25), em sessão marcada para as 9 horas. Hoje, o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça, que recomenda o arquivamento da investigação, foi lido em plenário. Depois, os peemedebistas foram notificados.
Quando do último encontro entre Michel Temer e Rodrigo Maia, ocorrido na semana passada, o Planalto divulgou nota sobre o assunto e acabou irritando o presidente da Câmara.
Maia não gostou do comunicado e rebateu a versão do governo, de que foi ao encontro de Temer para tratar sobre o rito de votação da segunda denúncia contra o peemedebista.
Em texto divulgado à imprensa, afirmou que “atendeu a convite do presidente da República, que o chamou ao Palácio para esclarecer episódios recentes que deram margem a incompreensões”.
E completou: “Esta nota de esclarecimento se faz necessária porque o autor da falsa versão disseminada pelo Palácio do Planalto precisa repor a verdade dos fatos”, afirmou, acrescentando que não vê “sentido algum” no fato de um presidente do Legislativo tratar do rito da votação da denúncia contra o presidente da República, “muito menos quando é um deles que está sendo processado e julgado junto com seus ministros”.
A nota, de acordo com o blog do Gerson Camarotti, no portal G1, desagradou Michel Temer, que demonstrou surpresa e contrariedade diante do fato. Apesar disso, preferiu continuar com a política de não polemizar, a fim de evitar maiores atritos.
A relação entre os presidentes da Câmara e da República ficou estremecida desde que líderes do PMDB “entraram em campo” para convencer dissidentes do PSB a se filiarem à legenda.
O DEM procura ampliar sua base na Câmara e já estava sondando os políticos, mas perdeu a “batalha” para o governo, que atraiu os parlamentares alinhados com as reformas pretendidas pelo Planalto.
Para piorar, há cerca de 15 dias, vídeos da delação de Lúcio Funaro, em que o doleiro cita o presidente da República como um dos envolvidos em esquema de propina, foram disponibilizados no site da Câmara. O advogado de Temer não gostou e atacou Maia, que exigiu retratação.
Fonte: noticias ao minuto