Thiago Flores desmente nota no Ministério Público sobre entrega de livros que citam ideologia de gênero
Thiago Flores desmente nota do Ministério Público afirmando que não mandou entregar livros didáticos para as escolas municipais de Ariquemes que citam união entre gays
Mas uma vez a supressão de páginas dos livros didáticos que citam a ideologia de gênero e que seriam distribuídos às escolas municipais de Ariquemes voltou a ter um novo atrito entre o Ministério Público e o prefeito de Ariquemes, Thiago Flores (PMDB). No final da tarde da quarta-feira (08), o Ministério Público divulgou uma nota informando que o prefeito de Ariquemes, Thiago Flores, teria cumprido voluntariamente um pedido de liminar do MP e teria autorizado a distribuição dos livros às escolas. Porém o prefeito, Thiago Flores, que está em Brasília, através de um comentário em sua página na rede social negou a informação e disse que desconhece a “nota” emitida pelo MP. Ainda de acordo com Thiago Flores, ele nega que tenha liberado a distribuição dos livros didáticos com esse conteúdo, e irá se manifestar sobre o caso quando retornar da Capital Federal.
Leia: MP quer que Thiago Flores não retire livros didáticos que falam de ideologia de gênero
Logo mais em um poste em sua página na rede social, Thiago Flores disse que o município de Ariquemes cuida dos anseios da população e acredita em uma boa relação interpessoal, sem discriminações, rancor ou ódio.
Thiago Flores também criticou o papel do poder público em tentar impor a força valores que vão de encontro aos costumes éticos e morais de algumas famílias. – É possível confiar ainda mais quando o Município acredita no direito a liberdade de consciência e de religião e que é papel do Estado conservar as crenças. Não se pode retirar da família seus valores éticos e morais, a cultura aprofundada de seus avôs que tanto trabalharam nestas terras e na origem de suas famílias –
Flores disse ainda que os livros didáticos não é o único meio de ensinamento, e que a não entrega dos livros não causará prejuízos aos alunos. – O livro didático não se constitui em um único instrumento didático-pedagógico, ressaltamos que a não entrega dos livros não resultará em prejuízo algum às crianças, pelo contrário, pois o professor é livre para lecionar dentro de sala de aula, podendo se pautar de inúmeros materiais de apoio, como já vem ocorrendo -.
Veja na integra a postagem do prefeito de Ariquemes:
É imperioso recordar que o Município de Ariquemes prima pelos anseios da população, onde se acredita em uma boa relação interpessoal, sem discriminações, rancor ou ódio. Acredita-se que uma população feliz trará bons resultados e por isso baliza seus princípios com muito zelo e dedicação nas áreas de saúde e educação.
Para mantermos uma cooperação direta com a população, a gestão acredita que o melhor caminho para que isso ocorra é ouvindo cada indivíduo, suas críticas e elogios, a fim de que, com isso, possa melhorar e se adequar. Por estes motivos, jamais deixará de levar ao conhecimento da população, seja sensível ou não, todos os temas que tenham envolvimento direto com seu cotidiano, afinal, só existe Governo porque existe um povo soberano, convicto, e forte, de miscigenação tão intensa que se torna imprescindível assegurar essa beleza.
A fim de manter uma Educação com miscigenação de culturas, sem que haja a mão invisível do Estado interferindo no aprendizado de cada criança, confiada por seus pais nas portas das escolas, é que se tem uma ampla necessidade, sempre, de trazer as discussões reiteradas de boa-fé, instrução e elegância.
Entre esses motivos, acreditamos sim, que com muito amor, compete aos pais, e quando for o caso aos tutores, o direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
É possível confiar ainda mais quando o Município acredita no direito a liberdade de consciência e de religião e que é papel do Estado conservar as crenças. Não se pode retirar da família seus valores éticos e morais, a cultura aprofundada de seus avós que tanto trabalharam nestas terras e na origem de suas famílias.
Seguindo essa convicção e considerando que o livro didático não se constitui em um único instrumento didático-pedagógico, ressaltamos que a não entrega dos livros não resultará em prejuízo algum às crianças, pelo contrário, pois o professor é livre para lecionar dentro de sala de aula, podendo se pautar de inúmeros materiais de apoio, como já vem ocorrendo.
Reiterando que esta problemática será ainda resolvida no âmbito que lhe compete para o momento. Finalizo desejando a todos uma Boa noite!
Thiago Flores
Veja a nota emitida pelo Ministério Público:
Prefeito de Ariquemes cumpre voluntariamente pedido liminar do Ministério Público e determina às escolas municipais a distribuição de livros didáticos censurados
Em reunião realizada na tarde da última segunda-feira (06/03), na sede da Promotoria de Justiça de Ariquemes, com todos os diretores e vice-diretores das escolas municipais de Ariquemes, com a Secretária Municipal de Educação, Cleuzeni Maria de Jesus, e as Promotorias de Justiça de Educação e Defesa do Patrimônio Público, foi informado que na manhã daquele mesmo dia, aquele mesmo grupo reuniu-se com o prefeito Thiago Flores, o qual ressaltou, através da leitura de um documento, que nunca havia dado ordem formal de recolhimento do material didático e que essa ordem partiu da gestão anterior, bem como, que cada escola tinha liberdade de decidir sobre o planejamento pedagógico.
Os diretores trouxeram à tona, que Thiago Flores esclareceu que os livros se encontram disponíveis nas bibliotecas de cada Escola e orientou que podem ser trabalhados em sala de aula, de acordo com a necessidade e a proposta pedagógica de cada turma. Assim, repassou a responsabilidade da decisão de distribuição e da forma de distribuição aos gestores escolares.
Perante o Ministério Público, os diretores reiteraram que o material didático não possui conteúdo de “ideologia de gênero”, mas de diversidade familiar e que a discussão desse tema em sala de aula é necessária e importante, uma vez que bulling, homofobia e a presença de alunos oriundos de famílias diversas é uma realidade nas escolas, mesmo nas séries iniciais, como também obrigatória, já que a Lei Municipal que trata do Plano de Educação de Ariquemes, determina a promoção da Diversidade e tem como meta o respeito à diversidade.
Também se ressaltou a gravidade de se expor um tema tão sensível e técnico de forma precipitada e amadora em redes sociais, sem uma conversa ou consulta aos profissionais de educação, que agora são questionados por parcela da sociedade, que manifesta temor e desconfiança com todo o sistema municipal de educação, inclusive, fragilizando o sistema educacional, já que a competência da escola tem sido questionada após a celeuma.
Instada a esclarecer qual será o suporte dado aos diretores, para esclarecer os pais acerca da importância da apresentação e discussão do conteúdo de diversidade familiar, que vem sendo alvo de polêmica na comunidade ariquemense, após o clima de terror e homofobia gerado através de postagens oficiais da Prefeitura nas redes sociais, a Secretária de Educação, Cleuzeni de Jesus, declarou que cada escola irá receber um documento com as orientações a serem seguidas e reforçou que “o livro está disponível e será utilizado de acordo com a proposta pedagógica de cada escola”.
Acrescentou que “será feito um trabalho de conscientização aos pais, de que o conteúdo dos livros faz parte do currículo e tem que ser trabalhado” e ainda que, em termos de segurança, a prefeitura de Ariquemes já pensou em tudo “que será dado amparo, serão feitas palestras, informação, conscientização, mostrar para os pais a realidade do que está nos livros”.
Fonte:Rondoniavip