Soja trabalha com leves altas na CBOT nesta 3ª buscando recuperação após últimas baixas
O mercado da soja trabalha em campo positivo na sessão desta terça-feira (25) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta de 8h20 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 4 pontos, com o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,45 por bushel. O março/19, referência para a produção do Brasil, tinha US$ 8,73.
Os preços da oleaginosa buscam retomar parte do terreno após as baixas das últimas duas sessões, porém, seguem ainda buscando definir por qual direção seguir, como explicam analistas internacionais. A volatilidade nesta semana, no entanto, se mostra mais branda.
No radar dos traders, permanecem as influências da disputa comercial entre China e Estados Unidos, a evolução da colheita nos EUA – e as condições climáticas em que ocorrem – e o início do plantio 208/19 no Brasil. No entanto, o peso desses fatores sobre o andamento das cotações está sendo redefinido.
“A especulação retrai o interesse, uma vez que a Guerra Comercial entre EUA e China reaquece na implementação efetiva das novas tarifas aduaneiras. Os operadores entendem que não são grandes as possibilidades de interferência nas principais commodities agrícolas, no entanto, também não há fortes esperanças para que um cenário agradável se desenvolva entre os países envolvidos neste embate”, explicam os analistas da AgResource Mercosul (ARC).
Ainda segundo a consultoria internacional, os efeitos mais severos dessa guerra já foram precificados mais cedo, quando da retórica político-comercial de Trump e Xi Jinping registrada no início dessa disputa tarifária.
E de olho nesse cenário, ainda segundo a ARC Mercosul, “na última semana, mais de 1,5 mil contratos líquidos foram empilhados no lado da venda dos contratos de soja-grão na CBOT, para o total de quase 70 mil”.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha em queda nesta 2ª em Chicago com mercado ainda sentindo peso da disputa EUA x China
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o primeiro pregão desta semana em queda na Bolsa de Chicago. As baixas foram de pouco mais de 6 pontos entre os principais vencimentos, o que levou o novembro/18 a US$ 8,41 por bushel, enquanto o março/18 foi aaos US$ 8,68.
O mercado internacional foi mais uma vez pressionado, principalmente, pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, com a pressão renovada da disputa que se acirrou nesta segunda-feira (24). Os chineses cancelaram uma nova rodada de conversas que seria realizada nesta semana na capital norte-americana, mostrando que um acordo entre os dois países está cada vez mais distante.
Segundo informações que partem da agência internacional de notícias Bloomberg, as conversas não deverão ser retomadas, ao menos, até que as eleições de meio de mandato que acontece nos EUA em novembro.
Enquanto se intensifica e desenvolve a guerra comercial, o comércio global de produtos agrícolas continua a sentir os impactos da disputa, com participantes dos dois lados buscando alternativas. Em uma análise feita pela Bloomberg, especialistas resumiram o quadro dizendo que “a guerra divide o mundo agrícola enquanto a demanda chinesa muda”.
No centro das discussões, o mercado da soja. Enquanto os preços seguem pressionados na Bolsa de Chicago, os prêmios na Argentina e, principalmente no Brasil, continuam a se aquecer.
Entre os fundamentos, o mercado viu ainda os embarques semanais norte-americanos ficarem dentro do esperado, de acordo com números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Na semana encerrada em 20 de setembro, o país embarcou 693,8 mil toneladas da oleaginosa, contra um intervalo esperado de 540 mil a 900 mil toneladas. O volume recuou em relação à semana anterior. No acumulado da temporada, os embarques já somam 2.313,803 milhões de toneladas, contra 3.076,382 milhões do ano passado, nesse mesmo período.
Atenção à colheita nos Estados Unidos. O ritmo vem bem nesta temporada, registrando índices recordes de evolução, porém, as condições climáticas começam a preocupar.
“O clima mais úmido começa a trazer alguns alertas. Algum atraso nos trabalhos de campo poderiam deixar as plantas mais suscetíveis a serem afetadas por ondas de frio. Embora modestas, alguns produtores poderiam registrar perdas em sua safra de milho”, explica o diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank da Australia, Tobin Gorey.
Preços no Brasil
No Brasil, os preços da soja voltaram a subir no porto de Rio Grande e fechou com R$ 94,00 por saca no disponível, com ganho de 0,53%, enquanto a referência outubro foi a R$ 96,00, subindo a 0,52%. Em Paranaguá, queda de 0,51% para R$ 97,50 no disponível e estabilidade nos R$ 87,00 para a safra nova.
No interior, as cotações recuaram em boa parte das principais praças de comercialização, com baixas que chegaram a superar 1% em alguns casos, mas as referências seguem atuando acima dos R$ 80,00 por saca, principalmente na região Sul. No Centro-Oeste, as cotações também estão próximas disso.
O colchão para os preços da soja continua a ser formado pelos altos prêmios que ainda são pagos para o produto do Brasil – dada a demanda forte e à escasssa oferta neste momento – e pelo dólar. Apesar das últimas baixas, a moeda americana segue acima dos R$ 4,00. Nesta segunda, a divisa subiu 1% para fechar em R$ 4,08.