Soja trabalha com estabilidade, testando leves baixas na CBOT nesta 3ª após feriados nos EUA
Nesta terça-feira (4), o mercado da soja retomou seus negócios na Bolsa de Chicago e voltou do feriado do Labor Day comemorado ontem nos EUA operando bem próximo da estabilidade. Perto de 8h (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 0,75 e 1,75 ponto, com o novembro/18 – que segue como o vencimento mais negociado – valendo US$ 8,42 por bushel.
O mercado segue atento à questão climática nos Estados Unidos, principalmente, às vésperas da colheita no Meio-Oeste americano. E para esta semana, são esperadas chuvas fortes para alguns estados produtores do país.
No paralelo, os traders se mantêm atentos às questões comerciais, tanto da guerra comercial entre China e Estados Unidos, quanto das negociações em relação ao Nafta, como explicam analistas e consultores internacionais.
Por outro lado, há expectativas de uma maior demanda pela soja dos EUA depois que a China anunciou taxações sobre suas exportações do complexto soja e grãos. A medida poderia ampliar e otimizar a competitividade da soja americana e dar algum suporte às cotações.
“Pressão sazonal da aproximação do período de colheita da safra recorde no centro-oeste americano e suporte da expectativa de demanda nova para soja dos EUA”, diz o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Veja como fechou o mercado interno nesta segunda-feira:
Soja: Preços mantêm estabilidade nos portos do Brasil apesar da nova disparada do dólar nesta 2ª
Sem a referência da Bolsa de Chicago, os preços da soja no mercado brasileiro fecharam esta segunda-feira (3) estáveis em praticamente todo o país, mesmo com uma nova dispara do dólar frente ao real. As variações entre os indicativos no Brasil foram bem pontuais e se limitaram ao interior do país. Nos portos, as referências se mantiveram as mesmas da última sexta (31).
A moeda americana terminou os negócios com alta de 1,95% e valendo R$ 4,1520, renovando seu segundo mais alto patamar da série histórica. A cautela diante do cenário eleitoral ainda permanece entre os investidores e a volatilidade no câmbio, segundo acreditam analistas e consultores, deverá ser cada vez mais intensa.
“O cenário ainda é incerto, tanto com a guerra comercial quanto com o desfecho das eleições. E ainda há menor liquidez com o feriado dos EUA”, afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local à Reuters, referindo-se ao Dia do Trabalho norte-americano que manteve os mercados locais fechados, limitando o volume de negócios.
A soja disponível seguiu nos R$ 92,00 por saca em Paranguá e nos R$ 91,50 em Rio Grande. E os negócios seguem acontecendo. Os números das exportações brasileiras trazidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as exportações brasileiras de soja em grão vieram acima de 8 milhões de toneladas, mantendo um ritmo muito intenso dos embarques.
“Estamos caminhando para exportar 74 milhões de toneladas neste ano da safra velha”, diz o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. “A demanda tanto para a soja atual, quanto para a soja da safra nova do Brasil está muito boa”, completa.
Além disso, como explicou o executivo, os prêmios – que seguem em patamares elevados – também ajudam a confirmar essa força da demanda. Para a nova temporada, esses valores ainda circulam no intervalo de 105 a 110 pontos acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago.
Entretanto, os negócios para a safra nova seguem ainda um pouco mais travados, com os produtores mais reticentes em vender diante das incertezas que ainda rondam os valores dos fretes e em busca de valores um pouco mais elevados do que os registrados atualmente.
Nesta segunda-feira, a soja para fevereiro do ano que vem ficou em R$ 85,00 por saca no porto de Rio Grande.
“A grande maioria dos produtores está reticente na venda, porque o nível de preço que ele quer vender a safra de soja 2019 esta um pouco acima do que o mercado está ofertando”, explica Fernandes.
Mercado Internacional
Na Bolsa de Chicago, os negócios serão retomados nesta terça-feira (4), após a pausa nesta segunda com o feriado do Labor Day sendo comemorado nesta segunda-feira nos Estados Unidos. E para o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, a chamada é de leve alta para os preços da soja.
O mercado volta ao trabalho de acordo na questão da guerra comercial entre chineses e americanos, nas condições de clima do Meio-Oeste americano para a conclusão da safra 2018/19 e agora às informações da taxação sobre as exportações argentinas de grãos pelo governo de Maurício Macri.
Ainda segundo Fernandes, o mercado internacional tem espaço para algumas novas baixas.
Fonte: Notícias Agrícolas