Semana será decisiva para futebol do Rio mostrar que pode ser exemplo ou atrapalhar todo o futebol brasileiro
Em primeiro lugar, a saúde.
Foi bom o novo decreto do governo do Estado do Rio de Janeiro, assinado por Wilson Witzel, avisar que os quiosques nas praias continuam fechados. Porque se não avisasse, sinceramente ninguém ia perceber. No sábado, na Barra da Tijuca, tinha até caixa de som para animar as mesas dos quiosques com clientes bebendo cerveja.
O Rio de Janeiro continua lindo.
E nesta semana terá uma missão que não conseguiu cumprir nos sete dias da semana passada. Assim como a Alemanha foi observada por todo o planeta, no dia 16 de maio, data do retorno da Bundesliga, todo o Brasil olha para o Rio desde quinta-feira, quando recomeçou o Campeonato Carioca. Se der (desse) tudo certo, muitas federações e governos estaduais e municipais teriam mais segurança de permitir o retorno do futebol.
Flamengo x Bangu — Foto: Cahê Mota
O contraponto é terrível. Deu tudo errado. Duas pessoas morreram no hospital de campanha do Maracanã e isto foi divulgado durante o jogo Bangu 0 x 3 Flamengo (por favor, não peça jornalistas não fazerem seu trabalho). Segue o risco de virar o campeonato do W.O, por causa da falta de sensibilidade e de liderança para resolver as questões de Botafogo e Fluminense. E, pior de tudo, o protocolo Jogo Segurou não foi cumprido, da maneira combinada, pelo Flamengo, que não concentrou seus jogadores nos dois dias anteriores à reabertura.
Ah, mas o jogo foi marcado um dia antes. Então não havia protocolo seguro para fazer o jogo na data marcada.
O prefeito atrapalhou mais, ao decretar e depois “descretar” (perdão pelo neologismo) a interrupção do campeonato. Por vias tortas, o prefeito que mora na Barra da Tijuca e faz vistas grossas para os quiosques abertos na praia do bairro onde reside, permitiu que a Federação comece tudo de novo, como se disputasse um jogo de tabuleiro e a carta retirada depois de jogar os dados dissesse: volte para o início.
Não pode errar mais. Se errar, prefeitos, governadores e presidentes de federação dirão que não podem reabrir seus campeonatos, mesmo quando a pandemia permitir. E dirão: olhe como foi no Rio de Janeiro.
Por enquanto, a esperança é pensar que se pode fazer como na Alemanha, mesmo voltando no pico da epidemia, diferente dos alemães.
Traum! Em alemão, isto significa sonho. Tomara que em português não seja trauma.
Ge