Scolari comemora com ira. Palmeiras nas quartas da Libertadores
A matéria achincalhava a decisão absurda do árbitro uruguaio Esteban Ostojich. Ele consultou o VAR e confirmou um pênalti inexistente ao Palmeiras, quando o jogo contra o Godoy Cruz estava 0 a 0.
A bola tocou no braço do zagueiro Varela, que disputava bola com o entusiasmado Borja. O argentino estava de costas e com o braço colado no corpo. Não foi pênalti.
Raphael Veiga cobrou com firmeza e marcou 1 a 0.
O gol aos 13 minutos do segundo tempo mudou o jogou. Obrigou o fraco time argentino a se abrir, já que o empate até 1 a 1 era dos brasileiros, por conta do 2 a 2 em Mendonza.
E a especialidade do septuagenário Felipão é o contragolpe.
O Palmeiras fez o que quis. Tomava a bola na intermediária fechada e descia em alta velocidade com a defesa argentina desmontada. 4 a 0 foi até pouco.
O time estava classificado para as quartas-de-final da Libertadores.
Sem brilho, com eficiência.
O primeiro tempo foi outra vez tenso, com o time sem imaginação, toque de bola, movimentação ofensiva para abrir as duas linhas defensivas de um time fraco.
Luiz Felipe Scolari muitas vezes é pior vencedor do que perdedor.
E era nítida a sua raiva diante dos repórteres após o jogo.
Ele estava irritado pela cobrança pelos cinco partidas sem vencer, pela perda da liderança do Brasileiro.
Não quis, óbvio, falar sobre o VAR, que tanto ajudou seu time. Nem sobre a dificuldade que será, muito provavelmente, ter o Grêmio pela frente na luta pela semifinal.
E nem uma palavra sobre o Corinthians, domingo no Itaquerão.
Ele estava tão raivoso que decidiu ironizar uma situação desesperadora que o Palmeiras viveu, mas desejando que outro grupo estivesse dentro do avião que chacoalhou e arremeteu duas vezes antes de pousar na Argentina, antes do primeiro jogo contra o Godoy Cruz.
Perguntado sobre a possibilidade de trocar dois jogadores para as quartas na Libertadores e ter três reforços: Luiz Adriano, Henrique Dourado e Victor Hugo, sua resposta foi bizarra.
“O Mattos, presidente e Cícero sabem. Eles vão mexer com os nomes que eu der, mas eu não vou falar aqui agora. Até porque o avião pode cair amanhã e morrer todo mundo.
“Se morrer alguns, até vou soltar foguete.
“Não jogadores…”
Diante do choque generalizado, ninguém esquece, por exemplo, a morte da delegação da Chapecoense que morreu com a queda de seu avião, quando viajava para a final da Copa Sul-Americana, em 2017, com direito a morte de alguns jornalistas brasileiros.
Felipão percebeu a tensão que provocou.
“Vocês não entenderam a piada.”
E não quis se explicar.
Na verdade, a frase mais direta, que refletiu o que sentia foi quando resumiu.
“Vamos tentar nos próximos jogos não cometermos os erros que cometemos nos cinco jogos (sem vitórias). E sermos no futuro, aquela equipe previsível (fez questão de enfatizar), mas compacta como sempre.”
Felipão sabe que tudo segue sob controle.
Depois do gol de pênalti, dado de presente pelo árbitro, o jogo foi uma farra
Reuters/Amanda Perobelli – 30.7
Tem, ao lado do Flamengo, o melhor, o mais recheado, o mais milionário elenco do país. E será sempre cobrado.
Essa situação o incomoda.
Scolari nunca gostou de ser favorito.
Adorava atuar ‘na guerrilha’ como dizia, quando treinava o Grêmio, na década de 90, e ia derrubando um por um dos favoritos na época. Flamengo, São Paulo e, principalmente, o Palmeiras, com o apoio bilionário da Parmalat.
Felipão sabia que seus atletas precisavam da vitória.
Os gritos de ‘time de pipoca’, da torcida, no sábado, após o empate com o limitado Vasco ainda ressoavam nos ouvidos dos atletas.
R7