Sampaoli x Jesualdo, inspiração em ídolo e Olimpíada: falamos com Felipe Jonatan, do Santos
Felipe Jonatan completa completa um ano de Santos neste mês de fevereiro. O lateral-esquerdo, aliás, acredita que só os títulos podem deixar seu nome marcado no Peixe. E, para isso, a inspiração é o ídolo Léo, multicampeão em duas passagens pelo clube (2000-2005 e 2009-2014). E também Pará.
– O que vai deixar minha história no clube são os títulos. Fico feliz e inspirado de chegar no vestiário, na Vila, aqui no CT e ver foto do Léo e do Pará, com os títulos que eles conquistaram. Quero chegar no patamar deles. Quero deixar meu nome escrito na história do clube e só vou conquistar isso se vencer juntos com meus companheiros – afirmou, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com no CT do Santos.
Felipe Jonatan Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC
Revelação do Ceará no Campeonato Brasileiro de 2018 e contratado pelo Santos no ano seguinte, Felipe Jonatan chegou com status de jogador com grande potencial e se adaptou rápido ao clube.
– Havia outras equipes, como Atlético MG e Athletico, que estavam interessados na época, mas eu escolhi o Santos pelo projeto, pelo elenco e pelo treinador que tinha na época, que era muito valorizado (Sampaoli). É um clube muito acolhedor – disse o lateral.
Evolução com Sampaoli
Em 2019, Felipe Jonatan fez 37 partidas com a camisa do Peixe e deu duas assistências. Foi a maior sequência como titular da carreira do lateral. Evolução atribuída ao técnico Jorge Sampaoli. De lateral a ponta-esquerda, Felipe Jonatan aprendeu a jogar em diferentes funções com o argentino.
– Ele agregou em tudo. Cheguei como lateral-esquerdo e aprendi a jogar em quatro posições diferentes. Isso me fez evoluir como jogador. Sou muito grato ao profissional que ele é, porque foi um dos melhores treinadores que já tive. Um cara que tem um currículo invejável, treinou o Messi, o melhor do mundo – falou o lateral.
Felipe Jonatan e Sampaoli em treino no CT Rei Pelé — Foto: Santos F.C
Jesualdo Ferreira x Sampaoli
Contratado para dar continuidade ao trabalho de Sampaoli no Santos, o técnico Jesualdo Ferreira mostrou, em seus primeiros jogos no Campeonato Paulista, que o time não vai ter o mesmo estilo aplicado pelo argentino, e a mudança começou pelos treinamentos.
Segundo Felipe Jonatan, o argentino cobrava muita intensidade a todo momento dos jogadores. Já o português é mais cauteloso.
–O Sampaoli tinha um método de trabalho muito ofensivo. Ele não queria jogador parado e sem marcar ninguém, todo mundo da defesa tinha que estar colado nos jogadores que atacavam, sem dar espaço. É um método arriscado. Já o professor Jesualdo é um cara mais cauteloso, procura cadenciar o jogo, se preocupa mais com a parte defensiva. Não que o Sampaoli não se preocupava, mas o Jesualdo é um técnico que resguarda mais a defesa, ele fala que tem que atacar só no momento certo. Ele fala muito para termos cautela para não dar espaço para o adversário – contou.
Jesualdo Ferreira em treino no CT Rei Pelé — Foto: Santos F.C
O lateral-esquerdo do Peixe também revelou a primeira bronca que levou de Jesualdo por “desobedecer” o posicionamento em campo e ir mais ao ataque durante a partida contra a Inter de Limeira.
– Eu gosto de ir ao ataque, é meu estilo de jogo, sou um lateral muito ofensivo. Estava em uma noite inspirada para buscar a vitória (risos). Ele me chamou e me deu uma dura. Ele quer que lateral seja mais cauteloso, fique mais reservado para a marcação. Então (ir ao ataque) foi mais decisão minha do que o próprio treinador – relevou Felipe.
Seleção brasileira
As atuações em destaque de Felipe Jonatan no Santos em 2019 chamaram atenção do técnico da seleção brasileira olímpica, André Jardine. Ele convocou o lateral para amistosos contra Venezuela e Japão. A expectativa do jogador era alta para estar no Pré-Olímpico, mas ele acabou de fora da lista. Apesar do contratempo, o camisa 3 do Peixe projeta chance na Olimpíada de Tóquio.
– A esperança é a última que morre. Fiz um ano excelente pelo Santos com o vice-campeonato brasileiro. É lógico que esperava ser convocado, mas nunca deixei de lado meu trabalho no clube. Eu sei que um momento ele vai me chamar. Tem as Olimpíadas de Tóquio batendo na porta. É continuar trabalhando porque, em algum momento, ele vai me observar novamente. No momento certo, a oportunidade vem de novo e vou abraçar da melhor forma possível – concluiu.
O Santos volta a campo no Campeonato Paulista na segunda-feira, dia 10, contra o Botafogo-SP, às 20h, na Vila Belmiro.
* Colaborou sob supervisão de Leandro Canônico.