Rondonistas elaboram livro e plano de turismo sustentável para Machadinho d’Oeste
O Plano de Turismo sustentável e livro sobre a história do município serão os produtos entregues pelos rondonistas em Machadinho d’Oeste, ao fim da Operação Sentinelas Avançadas II, do Projeto Rondon. A missão teve início no dia 13 deste mês, quando professores e estudantes de nove estados começaram a percorrer 12 cidades de Rondônia, em busca de construir, em conjunto, soluções para os desafios enfrentados pelas comunidades.
O Projeto Rondon é uma iniciativa do governo federal, coordenado pelo Ministério da Defesa, e a execução das ações em Rondônia conta com a parceria de municípios e do governo do estado, por meio de um conjunto de ações das secretarias coordenadas pela Casa Militar.
O governador do estado, Marcos Rocha enalteceu a iniciativa dos rondonistas em contribuir para fortalecer o turismo. ‘‘Rondônia é detentor de uma biodiversidade única, com belezas naturais distribuídas em nossos municípios que encantam os turistas. Desejamos que, com essa contribuição tão especial, o turismo em Machadinho d’Oeste prospere, e tenha cada vez mais engajamento da comunidade local.’’
TURISMO SUSTENTÁVEL
Em Machadinho d’Oeste, a equipe de rondonistas se dedica às ações de mapeamento de potenciais locais para implementar o turismo sustentável, identificar necessidades de investimento em infraestrutura e capacitar gestores públicos e cidadãos interessados em atuar na área. Para alcançar tal objetivo, em uma iniciativa dos universitários, está sendo realizado um alinhamento para intensificar o diálogo entre a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), prefeitura municipal e os extrativistas da região, onde se produz principalmente borracha, óleo de copaíba e castanhas.
O plano é elaborado por rondonistas do Conjunto B, da Universidade de Taubaté (Unitau), do interior de São Paulo, e começou a ser delineado ainda na visita precursora, em maio. Durante a operação, os universitários realizam verificação in loco dos potenciais. Os rondonistas estiveram na Cachoeira 2 de Novembro, na Vila Tabajara, considerada a mais antiga de Rondônia, e na reserva extrativista Rio Preto Jacundá, para aperfeiçoar o projeto. “As visitas técnicas permitiram apresentar uma nova proposta com os potenciais turísticos elencados por nossa equipe”, destacou a professora Aline Liz de Faria, coordenadora do Conjunto B.
A iniciativa também contempla o tombamento de edificações históricas como igrejas e os postes telegráficos de ferro, herança das expedições do Marechal Cândido Rondon, que na primeira metade do século 20 contribuíram para a interiorização das comunicações no Brasil. Além da criação de um festival de flores do deserto, muito comuns na região.
O projeto turístico prevê a implementação de uma Escola do Trabalho, para profissionalizar cidadãos em áreas como hotelaria, turismo e gastronomia. “Queremos que a população possa enxergar o potencial do produto turístico local”, pontuou Aline.
O POVO PELO POVO
Outra contribuição será a elaboração de um livro sobre Machadinho d’ Oeste, com o intuito de resgatar as memórias e a cultura local, por meio do registro de histórias contadas pelos próprios moradores, em entrevistas com os estudantes. A obra está sendo escrita e organizada pelos integrantes do Conjunto A de rondonistas, composto por alunas da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Serão cerca de 22 entrevistas, com histórias pessoais que se entrelaçam com as histórias dos pontos turísticos locais, como a Igreja de Tabajara, datada de 1913. No distrito de Tabajara, inclusive, é onde estão localizados os antigos postes telegráficos das expedições de Rondon, local em que o Conjunto A realizou uma oficina cultural em parceria com a Superintendência Estadual de Turismo (Setur) e lideranças da comunidade, que resultou em importante passo na caminhada, com a participação de rondonistas e moradores.
O conteúdo final do livro, que traz na capa imagens dos “postes do Rondon”, será entregue à prefeitura de Machadinho d’Oeste e disponibilizado aos moradores da cidade.
Segundo uma das participantes do projeto, a estudante de Farmácia da UFCSPA Giovana Quadrado Abruzzi, a ideia é “tornar material o que é imaterial”, para que muito mais interessados possam conhecer e contemplar o passado, o presente e o futuro da região.
Fonte: Rondonia News