Rondônia tem menos malária, mas só o tratamento completo pode frear transmissão da doença, alerta Agevisa .
Lâmina com sangue coletado para diagnóstico no Lacen .
Rondônia contribui decisivamente para o esforço global de prevenção da malária na salvação de vidas. Esta é a visão do coordenador do Programa Estadual de Controle da Malária na Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), médico Roberto Nakaoka.
Em 2005, o estado teve 111.434 casos notificados, e atualmente menos de sete mil, conforme informou Nakaoka.
Em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o Brasil contribuiu para a redução de 75% da transmissão dessa enfermidade, e hoje o País tem 128 mil casos, 16,5 mil a mais do que o recorde rondoniense de 12 anos atrás.
Do período que será computado entre o ano passado e 2030, a OMS estima reduzir 90% dos casos da doença em 35 países e prevenir sua reintrodução nos países que estejam livres dela.
O mais recente relatório da OMS informa que no mundo houve redução de 41% nos casos e 62% de mortes, de 2000 a 2015. Isso significa que 6,8 milhões de vidas foram salvas por causa de medicamentos, tratamentos e uso de mosquiteiros.
No entanto, conforme o coordenador alertou, só o diagnóstico e o tratamento completos contribuem para o êxito da situação rondoniense e nacional. “Os medicamentos são gratuitos e eficazes, mas é preciso que a pessoa, mesmo não sentindo mais os sintomas, cumpra o tratamento até o final”.
Municípios impossibilitados de fazer o tratamento de malária grave enviam pacientes para o Centro de Medicina Tropical (Cemetron), em Porto Velho.
A partir de 2006 houve redução nos casos notificados em Rondônia, em 2010 ocorreu pequeno crescimento e no período 2011-2015 foi grande a diminuição.
Nakaoka lembra que em 2013 o índice parasitário anual (IPA) colocou Rondônia entre os estados de baixo risco. Se em 2006 o estado computava o IPA de 97.7/ 1 mil habitantes, baixou em 2015 para 6.8.
“Entre 2015 [6.740 casos] e 2016 [6.783] houve um pequeno incremento dentro do estado”, observou, completando que se somam a eles os casos “importados”. Ou seja, aqueles notificados em outros estados [notadamente Acre, Amazonas e Mato Grosso] com a constatação a doença originada em Rondônia.
IPA acima de 50 significa alto risco; o médio situa-se entre 10 e 49.9; o baixo, 9,99, Roberto Nakaoka, coordenador do Programa Estadual de Controle da Malária.
Porto Velho tem dez áreas de monitoramento da malária. Em 2014, Candeias do Jamari era o único município com alto risco. Em 2017, seis municípios estão em alto risco e 30 em baixo risco.
O farmacêutico-bioquímico Luciano Bulegon de Almeida, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), apoiador do Programa Estadual de Controle da Malária, informa o quadro atual: Alto Paraíso, Candeias do Jamari, Cujubim, Guajará-Mirim, Itapuã do Oeste, Machadinho do Oeste e Porto Velho estão na área de transmissão, enquanto Castanheiras, Cerejeiras, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Espigão do Oeste, Ministro Mário Andreazza, Mirante da Serra, Novo Horizonte, Nova União, Parecis, Presidente Médici, Primavera de Rondônia, Santa Luzia do Oeste, São Felipe do Oeste e Vilhena estavam livres da doença.
Fonte:SECOM