Rondônia registra 1.442 focos de incêndios em 24 horas
No estado, os municípios de Porto Velho, Vilhena, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Pimenteiras do Oeste, Candeias do Jamari, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno, Costa Marques e Machadinho do Oeste respondiam pela maior parte dos focos de incêndios. A denúncia, feita em tempo real por meio do Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), entidade do governo federal mantida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pontua que Rondônia continua ardendo em chamas.
O levantamento realizado pela reportagem do News Rondônia pesquisou dados entre os dias 22 e 23 deste mês. O índice revela um raio-X dos incêndios apresentado no sistema por diversas nuances, a partir do mapeamento de onze satélites ligados ao governo brasileiro.
O resultado é assustador. O Brasil está queimando. Até a semana passada, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da ministra de Estado e Mudança do Clima, Marina Silva, apontava que a floresta amazônica havia perdido pouco mais de 1 milhão de hectares da floresta primária.
Com 1.442 focos, Rondônia estava entre os nove estados com maior número de incêndios, sendo Pará, Mato Grosso, Amazonas, Rondônia, Acre, Maranhão, Roraima, Amapá e Tocantins os mais afetados do país nesses dias.
O destaque vai para o satélite NOAA-20, que mostrou Rondônia com cerca de 2.150 focos. Outro equipamento de referência é o satélite Goés-16, que registrou Rondônia com uma média de pouco mais de 520 focos. Esse número somou-se aos quase 5 mil focos registrados na Amazônia Legal em 24 horas. No estado, o fogo criminoso continua sendo propagado nas reservas federais e estaduais. Porto Velho, Guajará-Mirim e Vilhena estavam entre os 30 municípios brasileiros com mais focos, com Porto Velho ocupando sozinho a 5ª posição.
A falta de atuação das autoridades locais, já descrita pelo Ministério Público Estadual (MPRO), Ministério Público Federal (MPF) e Justiça Federal, pode ser comprovada no flagrante do jornalismo do site News Rondônia. Na tarde de domingo (22), uma grande e densa cortina de fumaça podia ser avistada em um trecho da capital, após a Ponte Rondon/Roosevelt.
A fumaça de mais um incêndio provocado pela ação humana denunciava uma capital esquecida em meio aos crimes ambientais. A cena também pode ser um momento crucial para o eleitor decidir o voto nas próximas eleições. Os candidatos, tanto a prefeito quanto a vereadores, são limitados nas propostas que valorizam a preservação ambiental. Aliás, eles não mencionam qualquer fala que justifique o meio ambiente como aliado em suas campanhas.
Em meio ao caos dos incêndios criminosos provocados pelo próprio brasileiro, seca dos rios e calor excessivo, a população precisa ficar atenta a políticos que não incorporam o tema ambiental em suas agendas. Caso contrário, cedo ou tarde, o meio ambiente cobrará, como já está fazendo, com estiagens severas.
Fonte: newsrondonia.com.br