Rondônia livre de aftosa, sem vacinação: os dois lados da moeda
Rondônia livre de aftosa, sem vacinação: os dois lados da moeda.
O fim da vacinação contra a aftosa, transformando Rondônia numa área livre da doença, sem necessidade de novas campanhas, é daquelas medidas que a princípio parecem ser extremamente positivas, mas (sempre tem um “mas”!), há quem a ache no mínimo arriscada. Os aspectos positivos são imensos. Primeiro, porque representa uma nova fase de abertura, para a carne rondoniense, de muitos e novos mercados internacionais. Já exportamos para 40 países, estamos na iminência de fechar negócio com a União Europeia e com vários outros consumidores mundo afora . Além disso, os produtores economizarão pelo menos 30 milhões de reais por ano. Esse é o custo total de uma campanha de vacinação, duas vezes ao ano, para as 14 milhões de cabeças de gado que temos. As perdas também cairão muito, até porque, no gado mais novo, as marcas da vacina levam até quatro meses para desaparecer. Rondônia, no geral, comemora essa possibilidade concreta, que deve ser anunciada oficialmente em breve pelo Ministério da Agricultura. E então, qual o problema? Há um, apenas: a eventual aparição de um só caso, numa região perigosa como a nossa, inclusive pela proximidade da Bolívia, onde o único combate à aftosa é feita pelo Brasil, na região de fronteira, pode representar um prejuízo enorme. E afetar, num só momento, todo o esforço de 20 anos do governo do Estado, da Idaron e de todos os produtores de Rondônia, que livraram o gado da doença. A história conta que em algumas regiões onde houve liberação da vacina no controle da doença, ela acabou voltando. Foi assim no Rio Grande do Sul em 2000; no Pará e no Amazonas em 2004: no Mato Grosso e no Paraná, em 2005; na fronteira com o Paraguai, em 2011. Ou seja, em algumas áreas onde a vacinação foi interrompida, embora raros, surgiram sim novos focos. É apenas um risco, mas ele existe.
A carne produzida em Rondônia é exportada para dezenas de países e milhões de consumidores. Ela capitania o agronegócio, que representa alto percentual do nosso PIB e que coloca nosso Estado numa posição de destaque no cenário nacional. Estamos também negociando com outros mercados, da União Europeia a países da Ásia. Podemos dar um salto nas vendas ao exterior, em poucos anos. Tudo isso depende da manutenção da qualidade dos nossos produtos e, mais que isso, que ele esteja totalmente livre de qualquer doença. A febre aftosa é um dos maiores riscos, se não o maior. Ao acabar com a vacinação, tornando Rondônia zona livre da doença, o Ministério da Agricultura aparentemente está confiando que não há mais perigo de que ela volte. Tomara que seja uma previsão correta! O problema é que, se houver um só erro no percurso, podemos regredir na questão da nossa carne e não avançar, como tanto sonhamos.
MAURÃO E SEUS PLANOS
No comando do Estado até esta sexta, quando Confúcio Moura retorna ao Estado, o deputado Maurão de Carvalho não tem perdido um minuto, aproveitando ao máximo a oportunidade rara de sentar na cadeira que sonha ocupar em definitivo, a partir de 2019. Além de vistoriar obras, reunir-se com secretários, determinar soluções para alguns problemas (como por exemplo no caso do transporte escolar), Maurão também aproveitou para falar no primeiro concurso público da Assembleia Legislativa depois de quase três décadas e meia. Ou seja, há 34 anos que o parlamento não chamava para um concurso. Maurão anuncia que serão contratados, num primeiro momento, pelo menos uma centena de novos servidores, até para substituir outros tantos que estão prestes a se aposentar. Dos 300 funcionários do quadro, daqui para os próximos poucos anos, a ALE-RO terá 200 servidores a menos, já que todos entrarão no período legal da aposentadoria. Maurão sabia que se o legislativo não fizesse o concurso, em breve teria sérios problemas de deficiência de pessoal. O certame deve ser realizado ainda neste ano, se tudo der certo.
ARRASA QUARTEIRÃO
Há alguma palavra mais forte do que “devastadora”, ao se comentar a carta renúncia do ex ministro de Lula, Antônio Palocci, em sua despedida do PT? Os termos usados por ele, do começo ao fim do documento, são assemelhados às bombas arrasa quarteirão, usadas pelos aliados, na parte final da Segunda Guerra, para destruir cidas inteiras da Alemanha nazista. Não é só pior do que a bomba de Hiroshima, porque aquela se guarda para explodir, apenas quando o próprio Lula começar a falar a verdade. Palocci descontruiu todas as teorias de autoendeusamento de Lula; colocou a ex Presidente Dilma Rousseff no seu verdadeiro lugar, ou seja, um zero à esquerda, imposta por Lula e pelo PT ao país e ainda reafirmou que vai contar tudo o que sabe. De dentro para fora, de uma figura que fundou o Partido e que sabe tudo dele, veio o tiro de misericórdia na história do “não sei de nada!”, não fiz nada!”, “foi a Marisa!”. Ele sabia. Ele comandou. Ela fez. Ele vai ter que responder pelo que fez. Palocci não é um ingênuo e está negociando a própria liberdade. Não vai sobrar pedra sobre pedra…
OS CUSTOS DA ILUMINAÇÃO
Muito barulho por nada! Nas redes sociais e em alguns sites, o pau cantou contra a decisão da Prefeitura da Capital de modificar o sistema de cobrança da Taxa de Iluminação. Informações totalmente desencontradas, tortas, sem qualquer ligação com a realidade, circularam durante dias. Fala-se que haveria reajustes de até 90 por cento, parecendo que isso seria algo que arrombaria o bolso do contribuinte. Nada disso. O que há de real: perto de 40 mil consumidores, que consomem até 100 quilowatts por hora, não pagarão um tostão. A segunda faixa, entre 100 e 300 kw/hora, pagarão em torno de 3 reais. A maioria dos consumidores, o que tem consumo médio na Capital (casas com dois ar condicionados, um refrigerador e algum outro eletrodoméstico), pagará na faixa de 4 reais e 20 centavos. Os maiores consumidores residenciais, vão pagar em torno de 38 reais. Os grandes consumidores, contudo, pagarão mais. A nova lei, aprovada na Câmara com 16 votos a favor, três contra e duas abstenções, já está valendo…
OUTRO FERIADÃO DESNECESSÁRIO
O aniversário de Porto Velho é mais um feriado daqueles que poderiam muito bem serem transferidos para finais de semana, mas, infelizmente, no país do funcionalismo público, dane-se a economia; quebrem-se as empresas privadas; deixem-se crescer o desemprego, desde que o “descanso” do funcionalismo seja garantido, não importa a que preço. A Prefeitura teve o bom senso de programar a festa dos 103 anos da cidade para o domingo, dia 1º, na área da Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Nada mais correto. Mas o feriado, em plena segunda-feira, está mantido. Ora, se as comemorações estão agendas, com festança, shows, alegria, um domingo inteiro para se festejar, por que manter mais um dia de feriado, em plena segunda-feira? O raciocínio vale para vários feriados e feriadões, inclusive alguns religiosos, que interrompem a semana, que fazem o Estado parar, sem qualquer necessidade. Numa terra em que se precisa produzir e abrir cada vez mais postos de trabalho, não é um absurdo contrassenso se ter tantos feriados em dias úteis? É, realmente, lamentável!
MUDANÇA PARA O MESMO….
Fundo para pagamento de campanhas políticas de 1 bilhão e 700 milhões? Mais 850 milhões para distribuição entre os partidos, incluindo aqueles nanicos, especialistas em negociações espúrias? Ora, que mudança na legislação eleitoral é essa? Mais uma forma de enganar, ludibriar, usar o dinheiro público em favor de meia dúzia de políticos, que já se deliciam com tanta grana emanada dos impostos dos brasileiros, que trabalham cinco meses por ano só para sustentar essa gastança toda? É por isso que não dá mesmo para confiar no Congresso Nacional, totalmente divorciado dos interesses maiores do país. Logicamente que todas as falcatruas que envolvem as eleições continuarão; as negociatas, incluindo espaços em horário gratuito e tantos outros, também ficarão exatamente como são, pelo menos até 2020. Não é de graça que pesquisa em todo o mundo coloca a classe política brasileira em último lugar, como a pior de todo o Planeta.
OS ESQUELETOS PELO CAMINHO…
A quarta-feira trouxe, da Prefeitura, mais uma notícia que deixou muitos porto velhenses de queixo caído: nada menos do que 27 obras importantes na área habitacional estão paralisadas. Uma série de conjuntos habitacionais fantasmas, muitos ainda só no esqueleto, outros já mais adiantados e alguns poucos na reta final, simplesmente pararam, por uma série de motivos. Irregularidades, burocracia, falta de recursos, empresas que venceram as concorrências e simplesmente pararam de trabalhar, enfim, uma série imensa de problemas atingiram esse grande programa patrocinado pelo PAC dos governos Lula e Dilma e deixou um grande pacote de obras longe de serem entregues. Segundo o prefeito Hildon Chaves, os recursos envolvidos chegariam aos 150 milhões de reais. Ele prometeu correr atrás, em Brasília, para tentar ver todas as obras concluídas. Tomara que consiga. Não é possível que tantos conjuntos habitacionais, para beneficiar os mais pobres, estejam atirados às traças, sem previsão de quando serão terminados.
PERGUNTINHA
Na sua opinião, os recibos que os advogados do ex presidente Lula entregaram à Justiça, para comprovar que um apartamento que denúncias dizem que ele recebeu como propina era alugado, são quentes ou são frios?
Fonte:Sérgio Pires