Rondônia exporta 228 toneladas de carne refrigerada para o Egito
Conteiners refrigerados para manter a qualidade da carne de Rondônia rumo ao exterior valorizando o produto exportado deste Estado
Depois do susto provocado pela operação “Carne Fraca” pela primeira vez na história de Rondônia, estão sendo embarcados neste final de semana pelo Porto Alfandegado na capital, com destino ao Egito 8 containers exportando 228 toneladas de carne, liberada pela Receita Federal e Ministério da Agricultura, no valor de R$ 1,3 milhão.
Por telefone, o vice-governador Daniel Pereira, que se encontra em São Paulo, mantendo contatos com instituições comerciais e abrindo portas para os produtos rondonienses no mercado externo, comemorou frisando que “o pior já passou”. É verdade, foram disponibilizados 150 containers para a empresa exportadora BDX, única sediada no Porto da capital de Rondônia com capacidade para transportar a partir de agora 4 mil e 275 toneladas de carne simultaneamente.
Investimentos
Para isso foram investidos R$ 300 mil em geração de energia e tomadas para os containers refrigerados que podem ser monitorados com manejo adequado garantindo a qualidade integral da carne de Rondônia até o destino final. As empresas frigoríficas sediadas nos estados de Rondônia e Mato Grosso, ao exportar seus produtos pelo rio Madeira partindo de Porto Velho terão uma economia em torno de 50%, explica o diretor comercial da empresa alfandegada BDX, Dario Lopes.
Encurtando as distâncias entre Rondônia e o velho continente
A partir de Porto Velho, as cargas além de Manaus, ainda contam com o outro aporte positivo para acelerar o transporte até a Europa, trata-se do moderno porto de Vila do Conde em Belém do Pará. Rondônia de um momento para outro somando os esforços do governo do Estado, na figura do vice-governador Daniel Pereira e do governador Confúcio Moura, ganha competitividade em relação aos portos do sul e sudeste.
Tendo Rondônia como opção para exportação de carne, soja, milho, café, madeira e minério, as cargas chegam ao destino final com muito mais rapidez do que pelos portos de Santos, São Paulo, Paranaguá, Paraná e Itajaí Santa Catarina. Levando-se em conta somente os vizinhos, Goiás, Tocantins e Mato Grosso três gigantes do agronegócio. A distância via terrestre para eles variam entre 3 e 4,5 mil quilômetros. Seguindo de navio cargueiro até a Costa Leste dos Estados Unidos e outros pontos de cargas e descargas no Oceano Pacífico as distâncias giram em torno de mais de 6 mil quilômetros.
Não precisa ser matemático para descobrir que se os empresários desta região optarem pelo porto rondoniense vão economizar tempo e dinheiro, bem como competitividade com o sudeste. Só um exemplo: em 2016, foram exportadas de Rondônia U$$ 465 milhões oriundos de produtos bovinos, em 103 mil toneladas.
Praticamente toda essa produção de carne percorreu mais de 3 mil quilômetros até alcançar os portos no sul do País. As três plantas localizadas em Rondônia que exportam são: Friboi-JBS, em Vilhena, menos de 800 quilômetros até o porto aqui na capital, Minerva, em Rolim de Moura, pouco mais de 400 quilômetros e Frigon em Jaru, menos de 350 quilômetros. De Porto Velho pelos rios Madeira e Amazonas até o Oceano Pacífico são três mil quilômetros.
Só a produção exportada de Rondônia ganha com essa logística no transporte em torno de 5 mil quilômetros, sem levar em conta as despesas com pedágio, combustíveis, tempo de espera até o embarque, entre outras.
Manter a qualidade Da carne
Os 150 containers disponibilizados para uso pela empresa exportadora que opera no Porto Alfandegado em Rondônia são dotados de toda a tecnologia mantendo em caráter permanente as cargas de carne refrigeradas a uma temperatura de 18 graus negativos preservando a qualidade do produto do embarque no frigorífico à entrega no destino final. Essa refrigeração é permanente, conforme explica um técnico em transporte de carnes.
Com o porto equipado e alfandegado com a iniciativa privada em parceria com os poderes públicos em Rondônia foi possível implementar condições para exportar carne e outros produtos da região, um passo importante para a economia regional. No entanto ainda existem alguns gargalos a ser superados.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) precisa cumprir com urgência as promessas de melhoria na BR-364 entre Vilhena e Porto Velho, onde se formam filas quilométricas de veículos transportando cargas até o porto da capital. Também o Governo Federal, por certo, deverá iniciar a dragagem nos trechos críticos do rio Madeira prometida para o mês de junho de 2017 tornando assim este rio navegável o ano todo.
Fonte:Diário da Amazônia