Rebanho de Rondônia poderá ser livre da aftosa sem vacinação
Mercados da carne seriam totalmente abertos e produtor deixaria de arcar com os custos da vacinação
O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PMDB), e o presidente da Agência de Defesa Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Anselmo de Jesus, discutiram a possibilidade real de Rondônia tornar-se área livre da febre aftosa, sem vacinação.
“A medida traria muitos benefícios para a economia rondoniense. Primeiro, porque a carne teria os mercados mundiais abertos, sem restrição alguma. Depois, os produtores deixariam de ter o custo da vacinação, sem contar nas perdas no manejo para a imunização”, destacou Maurão.
Anselmo ressaltou que desde 2003 que o Estado ostenta o título de livre da aftosa, com vacinação. “Mudar de status seria um avanço enorme. E como temos feito direitinho o dever de casa, a nossa expectativa de nos tornarmos livres sem a vacinação é muito grande. E estamos bem perto disso”, comemorou.
Maurão lembrou que tratou da questão com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em recente encontro na capital. “Não há focos em nenhuma região do País e Rondônia cumpre bem o seu papel, graças principalmente aos criadores, que há 18 anos vacinam o rebanho. As informações que temos são de que, seja qual for o cenário, o Estado está na linha de frente para ter a vacina obrigatória retirada, o que pode acontecer nos próximos anos”, completou.
Uma audiência pública, requerida também pelo deputado Lazinho da Fetagro (PT), deverá ocorrer em breve, em Ji-Paraná, para discutir esse importante tema. Dela, deverá participar o vice-presidente de Relações Internacionais da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, um dos defensores da suspensão da vacina.
“Para vacinar o rebanho, é preciso mobilizar gente e gastar com a compra da vacina. Tem também os efeitos sobre o gado. Uma vaca de leite fica até três dias sem produzir, após ser vacinada. No caso do gado de corte, essa perda chega, em média, a R$ 30 por cabeça. É que a carne na região onde a vacina é aplicada, é descartada no abate”, explicou Jesus.
Um levantamento prévio mostra que, para imunizar as mais de 14 milhões de cabeças, nas duas campanhas anuais de vacinação, sejam gastos R$ 30 milhões, pelos produtores.
Uma das propostas debatidas é a suspensão da vacina iniciar nos Estados do Centro Sul do País, em 2019. “Por nosso trabalho de controle com vacinação, a possibilidade de entrarmos nesse grupo de imediato, é enorme”, observou Jesus.
Fonte:Decom