Quente e frio! Flamengo ajusta temperatura de negociação com Jorge Jesus de olho no bolso
Jorge Jesus pousa no Rio de Janeiro na noite da próxima sexta-feira, e o Flamengo o espera com o termômetro na mão para condução da negociação pela renovação de contrato. A estratégia está definida: esquentar as conversas praticamente paralisadas há mais de um mês e congelar a cotação do euro, principal entrave por um final feliz.
Jorge Jesus e Marcos Braz em coletiva na chegada do técnico ao Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
As partes iniciaram as tratativas pessoalmente no início de março, mas a programação logo foi impactada pela crise gerada pela pandemia do coronavírus. Sem a realização de reuniões presenciais, os contatos passaram a ser menos frequentes e tudo que foi colocado na mesa há quase dois meses passou a perder valor. Literalmente.
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Alinhados quanto a tempo de contrato (até o fim do mandato de Rodolfo Landim) e condições de trabalho (com autonomia para Jorge Jesus fazer adaptações na metodologia e no Ninho do Urubu), o problema sempre foi financeiro. E é aí que a variação cambial praticamente anula tudo que foi debatido em um primeiro momento.
Na ocasião, a diferença entre o que o Flamengo se propôs a pagar e o que Jorge Jesus pediu juntamente com comissão técnica era de cerca de 20%. Diante da realidade econômica mundial, será preciso muito talento com a calculadora e flexibilidade de parte a parte para encontrar um consenso.
A relação Euro/Real sempre foi um ponto que chamou a atenção, e Flamengo e Jesus discutiam o congelamento na casa dos R$ 4.80. Era um preço visto como aceitável pelos dois lados, visto que a cotação da época estava na casa dos R$ 5.20. A moeda europeia, no entanto, fechou a terça-feira a R$ 5.96, deixando claro a diferença de realidade.
Além disso, há a preocupação do Flamengo em relação a suas receitas em 2020. O clube já perdeu um patrocinador (do calção) e tem pendência no pagamento da parcela semestral do fornecedor de material esportivo. Como se não bastasse, há uma grande incógnita no que diz respeito a bilheterias.
A presença em massa do torcedor aos jogos no ano passado rendeu mais de R$ 100 milhões aos cofres do clube. Nesta temporada, o calendário ainda é uma dúvida e a tendência é que o futebol volte com portões fechados.
Com a estratégia definida e ciente de que será preciso muito jogo de cintura, o Flamengo aguarda pelo Mister. E saber usar o termômetro é fundamental.
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