Preço do boi gordo em Rondônia tem nova queda
O momento de turbulência na economia afeta diretamente o segmento pecuário.
O momento de turbulências no cenário econômico brasileiro acarreta dificuldades também para o segmento pecuário. Isto porque a redução do consumo de carne contribui para a queda do preço da arroba do boi vivo, principalmente porque a oferta tem sido maior que a procura. O momento favorece os frigoríficos que, prevalecendo-se das dificuldades dos criadores, adquirem a arroba mais barata, mas não repassam o desconto para os consumidores, que continuam comprando a carne por valores cada vez mais elevados.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), Hélio Dias, relata que o rebaixamento do preço da arroba do boi vivo vem, de forma mais acentuada, desde de julho de 2015, principalmente por conta do monopólio que, conforme disse, predomina no Estado. “Aliado a isso veio a Operação Carne Fraca, a delação dos empresários donos da JBS e o impasse na exportação para os Estados Unidos, que também contribuíram para reduzir o consumo de carne”, frisa. Dias informa que o segmento pecuário tem realizado um trabalho direcionado ao fortalecimento do mercado, com investimentos para a qualidade do rebanho bovino, visando, principalmente, o mercado externo. Segundo ele, no início deste ano uma comissão técnica da União Européia esteve no Estado para um trabalho de vistoria do rebanho e da qualidade da carne. Na ocasião, a equipe vistoriou um frigorírifico e três fazendas no interior do Estado, aprovando-os e credenciando-os para a exportação da carne rondoniense. “Mas aí veio a operação Carne Fraca e tudo foi por água abaixo”, lamenta.
Redução da alíquota do icms
A arroba do boi vivo está sendo comercializada, em média, a R$ 115,00 (boi) e R$ 109,00 (vaca). O bezerro é cotado a R$ 850,00 e a bezerra a R$ 600,00. Hélio Dias informa, também, que a Faperon tem apresentado propostas à Secretaria Estadual de Finanças (Sefin), objetivando reduzir, pelo menos neste momento de adversidades do mercado, o valor da alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para que favoreça a venda do boi vivo para outros estados, tendo em vista que, além do valor pago pelo gado, o comprador ainda arca com frete e o imposto. “Nós estamos pleiteando junto à Sefin que a alíquota do ICMS seja, temporariamente, reduzida para 5% para tenhamos condições de vender o nosso gado para fora do Estado”, assinala.
Fonte:Diário da Amazônia