Por que não conseguimos parar de espremer espinhas?
Se a espinha ou substância infectada – como o pus – não for extraído facilmente e com pouca pressão, poderá então alojar-se ainda mais fundo na derme e contribuir para o alastramento da inflamação, causando inclusive cicatrizes permanentes e a corrosão da pele”, explica Michael Olding, dermatologista e chefe do departamento de cirurgia plástica da Faculdade de Medicina e Ciências Médicas, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, em declarações à revista “TIME”.
Mas apesar dos avisos e da dor tantas vezes sentida, para muitos indivíduos ainda assim é difícil resistir à tentação de espremer! E os especialistas acreditam que esta compulsão poderá estar intimamente ligada ao chamado ‘reflexo humano de repulsa’.
“Existe um grande número de indivíduos, e eu sou um deles, que gostam de espremer e coçar”, diz Val Curtis também à “TIME”, professora e diretora do Departamento de Saúde Ambiental na London School of Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido.
“Torna-se algo insuportável mesmo quando vejo espinhas na pele de outra pessoa”.
Para a especialista, esta vontade incontrolável de espremer espinhas ou afastar algo considerado sujo é com certeza um traço de adaptação – “ou seja, um traço específico da evolução humana e que contribuiu para o seu progresso e maior probabilidade de sobreviver”.
“Assim sendo os nossos antepassados que comiam fruta podre ou que tinham ferimentos abertos e infectados não sobreviviam, daí que tenha havido uma adaptação evolucionária que nos incite como seres humanos a querer combater sem demora qualquer possível lesão, ferida ou borbulha que surja na pele. Essa repulsa serve como um sinal de alarme e de sobrevivência”, explicou Curtis.
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