PF prende ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta (26), o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (MDB), durante a Operação 12º Trabalho, que tem como objetivo desarticular um organização criminosa suspeita de manter um sofisticado esquema de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais.
Cerca de 70 policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, todos expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. Segundo a Polícia, além da ordem contra Marcelo Miranda, outro mandado de prisão foi cumprido. Estima-se que a organização criminosa causou prejuízos da ordem de mais de 300 milhões de reais ao erário.
As ações são realizadas nas cidades de Palmas, Tocantínia, Tupirama e Araguaína, no Tocantins, em Goiânia, no Goiás, e em Santana do Araguaia, Sapucaia e São Felix do Xingu, no Pará. A ação é realizada em parceira com o Ministério Público Federal e a Receita Federal.
Operação
De acordo com a Polícia Federal, a operação busca interromper a continuidade do crime de lavagem de dinheiro, uma vez que os investigados permanecem praticando atos de lavagem por meio de sofisticado esquema que utiliza “laranjas” para dissimular a origem ilícita de bens móveis e imóveis, frutos de propinas em troca de favores a empresários dos diversos ramos de atividade que mantinham contratos com o poder público.
Mesmo depois das investigações se tornarem públicas, o grupo prosseguiu realizando operações simuladas envolvendo o comércio de gado de corte e empresas de fachada, construção e venda de imóveis para ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, das infrações penais.
Segundo a polícia, os ilícitos praticados pela organização criminosa estão agrupados ao redor de sete grandes eixos econômicos, que envolvem administração de fazendas e de atividades agropecuárias, compra de aeronaves, gestão de empresas de engenharia e construção civil, entre outros.
As provas reunidas a partir da Operação Reis do Gado apontam que os suspeitos atuaram e ainda agem de maneira orgânica e sistematizada, com divisão de tarefas, cujos atos são detidamente planejados para assegurar o produto dos crimes.
Os investigados também agem no curso do processo, por meio da manipulação de provas, seja pela falsificação de documentos ou comprando depoimentos, com o claro objetivo de tumultuar e dificultar as investigações em andamento.
R7