Para pagar promessa, idosa anda há 50 anos descalça em Turiúba
Moradora fez promessa para se curar de dores na perna.
‘Única coisa que passo é creme, acho feio quem tem pé rachado’, diz.
Dona Josefa tem 85 anos e chama atenção dos moradores de Turiúba (SP) quando sai para passear na rua. Ela não usa calçados há pelo menos 50 anos, mas esse costume diferente tem um motivo: uma promessa.
A aposentada Josefa Maria de Jesus veio da cidade de Lagarto (SE) para o noroeste paulista quando tinha 20 anos, junto com o irmão. No interior de São Paulo, ela trabalhou colhendo milho, algodão, feijão e arroz.
A jovem, na época com pouco mais de 20 anos, começou a sentir fortes dores nas penas na década de 1950. O tempo passa, mas as dores não. Sem dinheiro para ir a um especialista, ela enfrenta o problema por quase 30 anos sem saber o que está acontecendo com o corpo dela.
Até que ela faz uma promessa que transformaria a vida dela. Foi num altar em uma igreja que ela fez a promessa. “Se eu me curar nunca mais ponho sapato no pé, foi o que prometi”, afirma a aposentada.
Para o neto Carlos Pereira Santana que mora com a avó é normal, mas ele sempre tem que matar a curiosidade dos amigos. “Amigos me pergunta o porquê dela andar descalço e falo o que aconteceu, da história dela e eles ficam impressionados”, afirma o neto.
Na cidade de menos de dois mil habitantes, onde Dona Josefa mora há 30 anos, todos conhecem e admiram a história da aposentada. “Todo mundo conhece ela na cidade, é muito querida por todo mundo e tem uma história de fé muito bonita”, afirma a comerciante Rosa Machado Parra.
Mas fora de Turiúba, ela afirma que já passou por alguns momentos delicados por causa da promessa. “Em Birigui (SP) teve uma vez que fui entrar em um estabelecimento e não deixaram por eu estar com os pés no chão. Mas tem de seguir em frente, pisar firme, mesmo que se machuque e acreditar em Deus”, afirma.
Dona Josefa fala que desde a promessa nunca mais usou sapato, sandália, tênis e que não sente dores no pé por andar descalça. “Quando ando em uma rua quente, o pé fica uns dois dias ardendo e depois passa, isso faz parte da vida. Única coisa que passo é um creme, porque acho feio quem tem pé rachado”, afirma.