Palmeiras sente falta de desfalques, sofre na defesa, mas mostra pontos positivos na Vila
Era inevitável. Em algum momento, o Palmeiras comandado por Abel Ferreira sentiria falta dos desfalques e sofreria com queda de desempenho.
A combinação de ausências importantes e calendário apertado quase terminou em resultado negativo para a equipe comandada pelo treinador português, que, na realidade, com Covid-19, sequer pôde estar no banco de reservas para trabalhar no empate por 2 a 2 com o Santos, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão.
Ao todo, o Palmeiras desceu a serra com 12 desfalques e sem um jogador específico para fazer uma função importante no time: ditar o ritmo da saída de bola, com posse ou aceleração. Felipe Melo já estava fora, Danilo e Gabriel Menino eram ausências certas por suspensão, e Patrick de Paula se machucou no último jogo. O improviso, desta vez, não deu certo.
Emerson Santos fez partida correta no setor, principalmente no campo defensivo. Porém, dono de características bem diferentes das dos companheiros citados, pouco colaborou para o desenvolvimento de jogo palmeirense, que criou muito menos em comparação aos jogos anteriores.
Emerson Santos atuou como meio-campista no empate de sábado contra o Santos — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Defensivamente, o Palmeiras sofreu, principalmente pelo lado esquerdo. Marinho levou a melhor em duelos individuais com Viña. Faltaram entrosamento e ritmo entre as peças que estiveram em campo na Vila Belmiro. O contexto atrapalhou, e muito, o time alviverde, que consegue um ponto até comemorado internamente.
Se há um ponto positivo é a eficiência do ataque diante das poucas oportunidades criadas contra o Santos. Aliás, combinado com o início promissor, o Palmeiras retorna para a capital também com pontos positivos a serem considerados, ainda mais em um contexto de ausências e problemas com desfalques.
O que deu certo
O empate e o desempenho na Vila Belmiro não são terríveis. Diante da falta de peças, o Palmeiras começou a partida em cima e sufocou o Santos, equipe acostumada a justamente pressionar o rival como mandante.
A marcação encaixou e trouxe o domínio da partida para o Palmeiras nos primeiros 20 minutos. O rival mal passava do meio-campo, enquanto o time visitante rondava a área de John, obrigando o goleiro a fazer boa defesa em chute de longe de Emerson Santos.
Obviamente, a intensidade baixou, e o Santos cresceu. Mas, coletivamente, o sistema de duas linhas de quatro compactas afastou o perigo do gol de Weverton durante boa parte do jogo.
Palmeiras criou pouco, mas aproveitou bastante — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Do outro lado do campo, o Palmeiras pode comemorar a eficiência ofensiva demonstrada na Vila. Durante os 90 minutos de uma tarde/noite menos inspirada, o time alviverde criou quatro grandes oportunidades de gol, aproveitando duas.
Além do gol de pênalti de Raphael Veiga e do oportunismo de Willian após cobrança de escanteio, a equipe teve mais duas ótimas chances: uma perdida pelo próprio “Bigode”, na primeira etapa, e outra no fim, com cruzamento errado de Veron para Gabriel Silva. Pensando em mata-mata, o aproveitamento é bom sinal.
O que deu errado
O Palmeiras sentiu falta de um jogador para fazer a primeira ligação entre defesa e ataque, como Danilo e Patrick de Paula, e ainda sofreu muito no setor esquerdo de defesa com Marinho. O auxiliar Vitor Castanheira até tentou corrigir puxando Willian para acompanhar a marcação, mas o santista conseguiu se destacar.
No primeiro gol, Viña errou o tempo de bola e viu Marinho disparar para criar o gol anotado por Diego Pituca. No segundo, novamente com o menor espaço, o atacante teve tempo de reação para tirar Alan Empereur com facilidade. Faltou entrosamento para as coberturas e também para limitar o espaço do principal nome do adversário.
Matías Viña teve trabalho ao marcar Marinho no duelo entre Santos e Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Houve também uma queda técnica da equipe na construção. O aproveitamento de passes foi de apenas 73%. Pouco comparado aos 87% da vitória da semana passada contra o Athletico e menor até do que os 74% da derrota para o Goiás.
Assim, ao contrário dos últimos jogos, o Palmeiras pouco “agrediu”. A naturalidade ofensiva pouco apareceu, e mesmo quem está em alta, como Gabriel Veron, não brilhou.
Próximos passos
Agora o Palmeiras direciona todo o foco para a Copa Libertadores e começa a preparação para o duelo de quartas de final neste domingo, a partir das 10h (de Brasília), na Academia de Futebol. Rony, Gabriel Menino, Danilo e Gustavo Scarpa devem voltar ao trabalho.
Auxiliar Vitor Castanheira deve comandar o Palmeiras também na Libertadores — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Na segunda, Abel Ferreira (virtualmente) comanda o último trabalho antes do embarque da delegação para o Paraguai, onde, na terça-feira, a partir das 21h30 (de Brasília), o Palmeiras briga por vaga na semifinal contra o Libertad, no Defensores Del Chaco.
Sem Abel Ferreira, o auxiliar Vitor Castanheira deve seguir no comando da equipe.
No Brasileirão, competição na qual a equipe soma 38 pontos. A diferença para o líder São Paulo, entretanto, pode chegar a nove, caso o rival vença o Sport, neste domingo, no Morumbi.
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