Opinião Jogo Aberto – 30 de Julho de 2019
Há uma expectativa muito grande em relação a esta semana porque deve sair uma Medida Provisória estimulando a navegação de cabotagem.
Nós temos todo este marzão que vai de Manaus até Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A gente aproveitava muito. As pessoas iam para o Rio de Janeiro, para Rio Grande do Sul, para Manaus ou para Natal de barco. Isso se desfez.
As pessoas dizem que tem que ter carga de ida e de volta, que o navio não pode voltar sozinho, mas isso faz parte do planejamento logístico. As nossas vias internas, fluviais e lacustres podem ser bem mais aproveitadas.
Além disso, o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, com todo o seu dinamismo, conversou com os caminhoneiros e eles estão acertando as pontas. Parece que o lucro dos caminhoneiros autônomos estava sendo desprezado nos cálculos da tabela de frete.
Contudo, não podem ser desprezados os custos, os transportadores, os que pagam frete e os interesses do país acima de tudo.
Nesta quarta-feira (31) na reunião do Comitê de Política Monetária todo mundo espera que haja uma rebaixa do juro básico (taxa Selic) de 6,5% para 6,25%. Porque a inflação está lá embaixo e abaixo da meta para os últimos doze meses.
Já no dia 1º de agosto reabre o Congresso (Câmara e Senado) e o poder Judiciário. Vai começar de novo: decisões da Justiça nos plenários e não mais de ministros ou desembargadores de plantão. Provavelmente já na semana que vem se toque o segundo turno na Câmara da Emenda Constitucional da reforma da Previdência. Depois vai para o Senado, e eles calculam que em 40 dias resolvem isso.
Depois disso pode vir a bendita reforma Tributária, que não vai baixar os impostos de cara porque não adianta baixar imposto se não baixar os gastos públicos que cada vez mais provocam o endividamento. A dívida pública, sempre crescente, está perto dos R$ 4 trilhões. Então, tem que apertar o cinto do setor público, que reconhece que está sem dinheiro. Já na metade do ano todos os ministérios estão com problemas graves.
Vimos que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, passou um tempão com o presidente Bolsonaro tratando do orçamento do ministério. Isso para defender as verbas para ciência e tecnologia que são imprescindíveis para o futuro do país.
Essa história de invasão de garimpeiros na aldeia Mariri, no Amapá, que causou a morte do cacique de 62 anos é uma provável fake news.
O que a Polícia Federal e o Exército já apuraram é que, sim, há um morto. Mas ele já está enterrado e não há nenhum sinal de violência na aldeia e nem de invasão de garimpeiro.
Não há restos, no chão, de estojo de arma ou de alguém ferido. O que há são relatos de antropólogos, do filho do cacique e o corpo do cacique, que foi enterrado imediatamente e não ficou lá para esperar as autoridades e fazer a queixa e a denúncia. Tudo muito estranho.
A senhora Michelle Bachelet, ex-presidente socialista do Chile, agora coordenadora de direitos humanos da ONU, se apressou em denunciar o Brasil pela morte desse índio. O Ministério Público está investigando e vamos ver o que vai dar: se vai ser uma fake news ou se houve realmente um crime.”
Por Marco Aurélio