Opinião Jogo Aberto – 28 de Agosto de 2018
Eleições.
As eleições deste ano, nas quais se espera a renovação da Presidência da República, dos governos do Estado, dos representantes no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e nas Assembleias legislativas de todo país, ainda não conseguiram engajar no processo a grande massa da sociedade brasileira. As pesquisas, que vêm sendo realizadas com frequência, ou são mal recebidas pelo entrevistado quando de sua abordagem, ou conseguem apenas medir a preferência de parcela ínfima do eleitorado, em torno de 40% de seu total, para alguns cargos.
Neste momento, em que já se dão como eleitos nomes e perfis os mais diversos, alguns sem histórico nas disputas eleitorais e outros longe do imaginário como solução possível, seja pelo próprio currículo ou pelo prontuário policial de que dispõem, é demasiadamente perigoso apostarmos na certeza de quem nos governará ou nos representará depois das próximas disputas. As eleições foram encurtadas, em sua discussão, por meio da redução do calendário eleitoral. Ainda não se iniciou o insuportável horário da propaganda eleitoral gratuita de rádio e TV para a apresentação dos candidatos, que certamente vai brigar, e muito, com as redes sociais, até agora o canal mais eficiente para divulgação e difusão do perfil dos concorrentes, com as qualidades, que estes se atribuem e divulgam, e seus defeitos, que os postulantes aos mesmos cargos, os ex-eleitores, a Polícia Federal e o Judiciário anunciam.
Isso é o esperado, e há décadas que assim ocorre, de acordo com os recursos que as técnicas de comunicação em massa oferecem. Mas o que vem preocupando, ao lado dos baixos índices de motivação dos eleitores para com o processo, é o sumiço em que se acham muitos pretendentes. Candidatos à Presidência quase nunca conseguem sequer marcar agendas para visita às bases que queriam chamar de suas. Quase todos, ao que se sabe, enfrentam a mesma reação, que é de repúdio ou desinteresse em serem ouvidos. Outros, sem querermos citar nomes, não se arriscam a sair às ruas para levar sua mensagem àqueles que já constituíram seu eleitorado e aos que os levaram aos cargos onde hoje estão. Doloroso isso. O povo, independentemente de classe social ou grau de instrução, não quer receber um presidenciável, um candidato a governador, senador ou senadora para conhecer aquele(a) que poderia, com honestidade de propósitos e decência, oferecer um avanço na qualidade de sua representação política.
Andam pelas redes sociais, com fundadas razões, é verdade, apelos para que os eleitores anulem seus votos. Que não reelejam ninguém, que não acreditem em propostas, porque, na visão de quem patrocina tais ideias, são todas mentirosas. Uma tarefa de vender para a sociedade o mais absoluto desprezo por quem quer que sejam os candidatos.
Será que não se podem enxergar alternativas?
Chegamos, sem volta, a nossa total desesperança?
Por Marco Aurélio