Opinião Jogo Aberto – 24 de Setembro de 2019
Na ONU, Bolsonaro mantém a tradição de um brasileiro homenageado em Israel.
O presidente Jair Bolsonaro chegou são e salvo a Nova Iorque. Havia preocupações médicas a respeito do risco de uma embolia pulmonar ou de soltar um coágulo dos membros inferiores durante o voo. Nada aconteceu. Ele foi bem cuidado pelo doutor Ricardo Camarinha, médico da Presidência.
Bolsonaro foi direto para o hotel porque ele não pode fazer muitas coisas, e não vai ao Texas como estava programado. Depois do discurso na ONU, terá um encontro com o ex-prefeito de Nova Iorque, o Rudolph Giuliani, que é fã de Bolsonaro – e vice-versa. Foi ele que combateu o crime em Nova Iorque com a política de tolerância zero.
Não é ele que é contra o presidente Jair Bolsonaro – esse o presidente não vai visitar. Em seguida, volta ao Brasil.
O discurso é uma tradição. Não está no regulamento das Nações Unidas, mas de certa forma homenageia o ex-ministro Osvaldo Aranha, brasileiro que foi chefe da delegação brasileira na ONU, se tornou presidente do Conselho de Segurança e depois presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Aranha demorou três dias para votar a criação do estado de Israel. Só foi aberto para votação quando eles perceberam que Israel ia ganhar. Ele é homenageado pelos israelenses até hoje.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, transferiu desta terça-feira (24) para quarta-feira (25) a votação do primeiro turno da votação da reforma da Previdência. Não sei se ele desconfiou de alguma coisa.
Houve avanço nas investigações sobre aquilo que está se revelando uma grande conspiração para jogar governo e Lava Jato um contra o outro. Inclusive, procuradores e Polícia Federal já constataram que um dos hackers presos fabricou uma mensagem da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann.
Essas mensagens tinham o objetivo de tentar opor o governo e o Ministério Público. Além disso, um dos hackers confessou que conversava com o jornalista Glenn Greenwald.
Há muita coisa para ser descoberta. Um dos hackers, o Chiclete – que está preso e seria o mentor do Vermelho – era dono de um restaurante em um shopping de Taguatinga (DF) e tem dois automóveis. Circulou dinheiro nessa história e está se revelando, sim, uma grande conspiração.
Uma coisa muito estranha. A gente vê que a Justiça Federal e a Estadual não seguem rigorosamente os preceitos da Lei Maior, que é a Constituição. Segundo um levantamento do Partido Novo, na Justiça Federal 65% dos juízes ganham acima do limite Constitucional de R$ 39,3 mil. Portanto, eles recebem mais até que o presidente da República. Na Justiça Estadual é pior: 77% ganham acima do limite.
Deixam fora das limitações salariais os auxílios, como auxílio-médico e outras vantagens.
O que está acontecendo é que não basta remuneração. Tem que haver uma organização melhor da Justiça. Porque, infelizmente, boa parte dos juízes federais e estaduais de primeira instância estão esgotados.
A primeira instância é a que mais trabalha. É a que mais carrega o ônus de não ter recursos materiais. Trabalhar com coisas emprestadas pelos municípios. No entanto, no topo, as pessoas vivem em grandes palácios cada vez maiores e mais suntuosos.
Por Marco Aurélio