Opinião Jogo Aberto – 22 de Agosto de 2019
O que a corrupção e o poliamor têm em comum? Atentam contra a Constituição.
Cogitava-se que Aécio Neves seria expulso do PSDB porque é réu por corrupção e por obstrução da Justiça e porque se envolveu com Joesley naquele caso dos R$ 2 milhões.
Pois a executiva nacional do partido recusou os dois pedidos de expulsão e os arquivou. Então Aécio permanece no PSDB e recebe o reforço de Alexandre Frota.
A Polícia Federal fez mais uma operação dentro da Lava Jato investigando gente ligada às propinas que entraram no PT via ministros Antonio Palocci e Guido Mantega.
Chegou a ser pedida a prisão preventiva de Mantega. O juiz que substitui Sergio Moro, Luiz Antonio Bonat, não aceitou, mas mandou o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES Guido Mantega usar tornozeleira eletrônica. Além disso, mandou entregar o passaporte (aliás, Mantega é genovês, nasceu em Genova, e deve ter cidadania italiana), e foram bloqueados R$ 50 milhões em bens.
O mais interessante dessa operação é que na casa do senhor Mauricio Ferro, em São Paulo, encontraram quatro chaves para abrir a criptografia de mais gente levando R$ 118 milhões da Odebrecht.
Aí vocês entendem porque tem tanta gente batendo na Lava Jato. Porque tem mais coisa pela frente.
Na terça-feira (20) também houve a condenação de Fernando Haddad (PT), ex-candidato à Presidência da República e ex-ministro da Educação. Quando era prefeito de São Paulo, se envolveu em 258 declarações falsas e R$ 2,6 milhões da empreiteira UTC.
Foi condenado pela Justiça Eleitoral a quatro anos e meio em regime semiaberto por caixa dois. Nesse mesmo processo, o ex-tesoureiro do PT Vaccari Neto pegou dez anos em regime fechado. Assim como donos de gráficas (envolvidos no processo): um pegou 11 anos e meio e o outro pegou nove anos e nove meses. Foi um dia bem movimentado nessa área de crimes.
A Comissão de Constituição e Justiça, na Câmara, começou a examinar um projeto de lei de autoria do deputado Eduardo Bolsonaro que agrava o crime praticado com moto. A ideia é diminuir esse tipo de crime e dissuadir os bandidos com moto – e eles ficarem a pé, não sei, já que é mais difícil de fugir correndo, e de carro é complicado com tanto congestionamento neste país.
O assalto de moto vocês conhecem. Um dirige a moto e o que está na garupa fica armado. Com esse projeto, se o assalto for de moto a pena seria aumentada.
E essa história de plantar maconha para produzir o canabidiol, que é um medicamento que vem do cânhamo, da Cannabis sativa – que aqui no Brasil a gente chama de maconha.
Só que é bom lembrar que em Toledo, no Paraná, um laboratório está chegando à produção final do canabidiol sintético, sem precisar de maconha. Qualquer notícia sobre maconha dá um Ibope danado – e eu vou fingir que não sei o porquê.
Saiu de pauta esse tal de poliamor. Tem um projeto de lei de poliamor. Eu não sei o que é isso, mas contraria, é claro, o que diz a Constituição, que é a família formada por um homem e uma mulher que se reproduzem e têm filhos. Teria que se mudar esse artigo da Constituição. Por esse motivo, o projeto saiu de pauta. Há uma reação muito grande no Congresso para não aumentar o fundo eleitoral – apesar de ter gente querendo que aumente. Com o aumento, ele chegaria a R$ 3,7 bilhões. Não é hora para isso, não é oportuno.
Já passou na Comissão de Constituição e Justiça uma Emenda Constitucional para retirar aqueles subsídios que ex-presidentes e ex-governadores levam para o resto da vida. Hoje recebem Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e ex-governadores.
Vão tirar segurança, auxílio e uma série de despesas que a nação passa a ter com o ex-chefe de governo estadual ou federal.”
Por Marco Aurélio