OPINIÃO JOGO ABERTO : 20/06/2017

A saída, onde está?

O quadro vivido pelo Brasil nos últimos meses preocupa a todos quantos se interessam pelo futuro do país e dos brasileiros. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff não resolveu o impasse, ao contrário, acentuou a crise política e não aliviou a crise econômica.

Na verdade, a crise é de confiança na política e em seus líderes, independentemente deste ou daquele partido. O maniqueísmo e a antropofagia a que o Brasil foi submetido nas duas últimas décadas acabou por contaminar todas as suas lideranças, e não só as políticas. A assunção do vice Michel Temer deu-se de forma legal e constitucional, mas não pacificou o país. Logo ficou demonstrado que ele fazia parte do mesmo esquema de poder que condenara a ex-presidente e que estava envolvido nas mesmas práticas de fazer política.

O presidente poderia renunciar, fazendo seguir a sucessão. Poderia ter sido também cassado, se outro tivesse sido o resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE. Os juízes resolveram, no entanto, pôr panos quentes, fazendo a nação continuar sangrando.

O impeachment é uma possibilidade remota e demorada. Também difícil será a Câmara dos Deputados, acatando denúncia da Procuradoria Geral da República, autorizar o Supremo a processar penalmente o presidente, o que o afastaria do cargo.

A não ser a renúncia, não existe uma saída de curto prazo. Por isso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na semana passada, defendeu que Temer pedisse a antecipação de eleições gerais. Se o regime fosse parlamentarista, o impasse já teria sido superado.

As ruas estão pedindo isso há tempos. Será preciso alterar a Constituição e mexer na legislação eleitoral para atender às novas necessidades. O país foi surpreendido pela falta de regras de sucessão aceitáveis diante da falência generalizada de seus quadros políticos. O risco é o Brasil cair na mão de um oportunista. Nestas alturas, tudo é possível.

Fonte : Por Marco  Aurelio


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