Opinião Jogo Aberto – 19 de Setembro de 2019
Tem gente no Congresso que acha que é inimiga do criminoso. Mas não.
Está uma correria na Câmara dos Deputados por dinheiro de campanha, que é dinheiro dos nossos impostos. O Senado acabou depenando aqueles absurdos que haviam sido incluídos, na própria Câmara.
Alguns dos pontos retirados foram: o que dizia que a gente tem que pagar advogados corruptos e contadores que fazem caixa dois, passagens aéreas livres. Um dinheirão. Eram R$ 4,5 bilhões e com as alterações foi reduzido para a mesma verba da última eleição presidencial (R$ 1,7 bilhão).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não gostou. Ele deu uma declaração dizendo que a campanha municipal tem mais candidato e, por isso, gasta-se mais. São 5.570 prefeituras e 57 mil vereadores. Imaginamos que serão uns 600 mil candidatos. Talvez seja por isso que ele esteja preocupado, mas a Câmara só se dedicou a isso praticamente.
No entanto, o pacote anticrime do ministro Sergio Moro está sendo desidratado e o prazo para o grupo de trabalho entregar uma conclusão foi prorrogado pela quarta vez. O novo prazo é para daqui a 30 dias.
O pacote está sendo desidratado, ou seja, tem gente no Congresso que acha que é inimiga do criminoso. Mas não. Os inimigos dos criminosos somos nós, a lei e a polícia. Eles parecem que são amigos. Eles estão tirando coisas para beneficiar o criminoso. Falam em direitos humanos, mas os direitos humanos são os nossos direitos e não daqueles que atacam os nossos direitos.
Temos que lembrar também que na Câmara está andando um projeto para pôr na Constituição, entre os direitos fundamentais, o direito a defesa – que é um direito natural. Já deveria estar na Constituição o direito de defesa como direito natural. Fizeram tanta coisa nesses últimos anos que parece que quem tem direito a se defender é o bandido, e não aqueles que são atacados pelos bandidos.
Enfim, o pacote Anticrime está sendo desidratado, mas o nosso dinheiro para financiar a próxima campanha eleitoral está vitaminado no máximo possível.
O Conselho de Política Monetária, no Banco Central, baixou ainda mais a taxa básica de juros, a Selic – a taxa de juros interbancários. Em janeiro de 2016, no caos do governo Dilma, o valor estava em 14,25%. Agora está em 5,5%.
O último valor Selic era de 6% e baixou para 5,5%. Uma redução de meio por cento, o que é uma redução significativa. Esse é o menor patamar da história do país, mostrando que a inflação está domada. O Conselho de Política Monetária fica farejando inflação para proteger a moeda. Esse é um sinal de que as taxas de juros podem baixar, e isso é uma coisa boa.
É sempre depois, nunca antes. Mas depois desse acidente no gerador do hospital Badim, no Rio de Janeiro, – que causou incêndio e teve 14 mortes por intoxicação de fumaça – tem que haver treinamento frequente de evacuação. O prédio demorou muito para ser evacuado.
Além dos hospitais, esse treinamento tem de acontecer em escolas, shoppings centers e em prédios residenciais. Isso é rotina em países civilizados. Agora estão falando em medidas depois do acontecimento, sempre depois, nunca antes. É sempre assim…
Depois do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), começou-se a falar de cuidados em boates. Meu Deus do céu. Pobre país que não consegue se planejar. A gente planeja o que já passou. Mas aí não adianta mais.”
Por Marco Aurélio