OPINIÃO JOGO ABERTO : 15/06/2017
Sem saída.
A absolvição da chapa Dilma-Temer pelo TSE e a permanência do PSDB no governo favoreceram o presidente Temer, mas não ajudaram o país, que continua, mais que antes, carente de uma liderança capaz de conduzi-lo com segurança até o fim de 2018.
A âncora que ainda sustenta o governo é constituída pela equipe econômica e pela agenda de reformas. Praticamente, o governo só conta com o apoio do mercado e dos empresários, além de sua base política, que, no entanto, precisa ser cortejada com promessas e agrados.
Desde a delação dos executivos da JBS, o presidente trabalha diuturnamente para se manter no poder, em vez de cuidar das graves questões nacionais. Se for denunciado pela PGR, precisará do voto de um terço dos deputados para conservar seu mandato.
O julgamento do TSE salvou, pela segunda vez, os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff. Talvez por isso as massas oposicionistas tenham absorvido com facilidade o escândalo da absolvição e estejam tão aquietadas em suas manifestações.
Para o presidente, a hora seria de fazer política, preparando um “pacote de bondades” para agradar a vários setores. Antes, a liberação das contas inativas do FGTS foi justa. Agora, a ideia também é promover justiça, mas esbarra na perda de arrecadação.
O momento não seria menos adequado para praticar justiça social com vistas a melhorar a popularidade. Ações generosas no Bolsa Família, Imposto de Renda, dívida de Estados, municípios e empresas etc. calariam fundo nas aflições de parte da sociedade.
No entanto, não há mais margem de manobras, além das que já foram feitas. O ajuste fiscal tem de ser respeitado para garantir a confiança dos investidores. As contas públicas já preveem um déficit fiscal de R$ 142 bilhões, acima da meta de R$ 139 bilhões.
Se o governo Temer tem alguma perspectiva, é ser impopular, e fazer o que tem de ser feito.
Fonte : Por Marco Aurelio