OPINIÃO JOGO ABERTO: 12/07/2017
Fla-Flu político .
Como era esperado, o deputado Sergio Zveiter relatou, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, pela admissibilidade da denúncia do procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer, por crime de corrupção passiva.
Agora, o relatório vai à votação dos membros da Comissão. Aprovado ou não, terá de ser examinado pelo plenário da Câmara, no qual precisará, para que a denúncia seja encaminhada ao julgamento do Supremo, dos votos de 342 dos 513 deputados.
O assunto está sendo tratado como uma questão de vida ou morte pelo governo, por seus apoiadores e seus opositores. Por conta disso, os partidos que apoiam o presidente trocaram vários membros da CCJ para que votem contra o documento do relator.
Nos últimos anos, a política não tem tido outro jeito de funcionar a não ser como num Fla-Flu, em que um lado está a favor, e outro, contra. As questões são reduzidas a uma simplificação, com a transformação de todos os embates em momentos decisivos.
Não há diálogo, mas o confronto puro e simples. Temos um prazer quase sensual em derrotar o adversário, não pela força dos argumentos, mas pela força do poder. A política é o território onde esse combate se manifesta com maior expressividade.
O presidente deveria ser a favor da denúncia para que tudo fosse esclarecido. Mas, não, fala-se o tempo todo em necessidade de transparência, mas trabalha-se para que a obscuridade predomine. Se não foi cometido nenhum delito, não haveria o que temer.
Falta grandeza a nossos políticos. Apegados às miudezas do poder, eles demonstram não ter desprendimento quanto ao próprio mandato, quando são atingidos em sua honra. Nem Temer, nem Dilma o fizeram. Resolveram desafiar a própria sorte.
Até 2018, provavelmente, o país vai continuar a sangrar.
Fonte : noticias ao minuto