Opinião Jogo Aberto – 11 de Outubro de 2019
Falta compliance no PSL. Mas o que é isso?
Prossegue o que Bolsonaro chamou de briga de marido e mulher entre ele e o PSL. Só que briga de marido e mulher muitas vezes fica entre quatro paredes – essa já foi para fora.
O presidente deu uma entrevista importante, explicando as razões de porque ele está criticando o partido. É por causa das eleições do ano que vem e talvez pelo mau uso do fundo partidário. Ele disse que recebe R$ 8 milhões e que nem todos os diretórios estão recebendo.
Bolsonaro falou também que tem de haver um comando estadual, porque senão o partido pode ter uma surpresa; e que a bancada é grande, mas tem que deixar de lado a vaidade, a arrogância e a petulância de alguns. Basicamente, a executiva do partido – que tem que mostrar que é diferente – impôs líderes na Câmara e no Senado que não foram eleitos.
Em uma palavra, Bolsonaro falou algo de muita relevancia. O presidente disse que o partido tem que ser organizado e ter compliance e investir o fundo partidário em crescimento do partido e em eleições.
Compliance é adquirir a confiança da comunidade em que opera. E isso serve para todos os partidos. Compliance é mudar essa cultura partidária, estar comprometido com a comunidade, com a ética.
A administração de um partido tem que ser um exemplo de virtudes, não aquela administração de partido que só operava propina. Os partidos têm que ter transparência, legalidade e eficiência. Têm que ter órgãos internos de controle para receber denúncia, fazer auditoria em ações suspeitas que acabam expondo o partido.
É um compromisso com o eleitor, com a população e também com o dinheiro público que o partido usa.
O TSE aprovou com ressalvas ontem (10) as contas da campanha de 2014 de Aécio Neves. Imaginem se ele tivesse sido eleito.
Ele teria passado um mandato de quatro anos e só agora teria o veredicto das contas. Que coisa incrível…
Já existem muitos casos de prefeito e governador que só descobriram no fim do mandato que foram utilizados meios proibidos na lei eleitoral. Ou seja, a eleição foi ilegal. Não precisa mais ter TSE só para isso. Basta colocar uma autarquia para fazer eleição.
Há propostas de mudanças para que saia do TSE a investigação de contas de lavagem de dinheiro e de corrupção porque o tribunal não tem instrumentos para isso.
O TSE é um órgão burocrático de aprovação de contas. É risível e ridículo. Imagina o dinheirão e a energia que gastaram para levar quase cinco anos para examinar as contas do candidato de 2014.
Para festejar o Dia das Crianças vão soltar a mulher que matou a filha Isabella Nardoni.
Vão soltar também Suzane Richthofen, que matou o pai e a mãe. Elize Matsunaga, que esquartejou o marido, também vai sair. Já está na hora da gente pensar um pouco sobre essas questões.
Domingo (13) é a canonização da Irmã Dulce. Vão para o Vaticano: o vice-presidente da República, Hamilton Mourão; o presidente do Senado, Davi Alcolumbre; o ex-presidente da República José Sarney; o procurador-geral da República, Augusto Aras, que é da Bahia. Também irão outros milhares de baianos.
É muito interessante as revelações do publicitário Nizan Guanaes, que é também um benemérito de obras sociais. Ele lembrou que Irmã Dulce ampliou o Hospital Santo Antônio, que hoje é imenso e que ela fez com o trabalho dela, apesar das restrições pulmonares que a debilitaram. Tinha um espírito fortíssimo.
Chegava o final do mês e ela tinha milhões para pagar e não tinha de onde tirar. Então as pessoas perguntaram: “Irmã Dulce, como é que a senhora faz?”. E ela respondeu: “Isso não é problema meu. Isso é problema de Santo Antônio, e eu deixo nas mãos dele”.
Sabe quem era esse santo? Antônio Carlos Magalhães.
Então coclui-se, que neste domingo durante a canonização um pouco de santidade também respinga no ACM.”
Por Marco Aurélio