OPINIÃO JOGO ABERTO: 06/12/2017
Os candidatos se apresentam tendo em vista a eleição de 2018.
A designação do governador Geraldo Alckmin como presidente do PSDB – a ser aclamado em convenção no próximo dia 9 – e sua virtual indicação como candidato à Presidência fizeram com que o tucano passasse a dedicar seu tempo quase integral às articulações para 2018.
Tudo o que ele faz, desde então, visa a tal objetivo. Bem recebido pelo mercado, o PSDB estimulou o lançamento de candidaturas que se mantinham na sombra, à espera de um fato novo, que afinal surgiu com a conciliação no muro tucano.
Foi pensando também em 2018 que Marina Silva apressou sua entrada na disputa eleitoral. Ela admitiu que será “uma campanha ralada” e falou dos desafios que tem pela frente: financiamento escasso e tempo de TV insignificante. Apesar disso, a ex-senadora intimida com seus 9%.
Em seguida, foi a vez de o ministro Henrique Meirelles apresentar-se com as credenciais do melhor defensor do legado do presidente. Ele está seguro de que a recuperação econômica renderá trunfos eleitorais a tempo de beneficiar o candidato do governo. Trata-se de uma avaliação de quem domina a evolução da economia, e até agora acertou os prognósticos que fez.
Em seguida, foi a vez de o ministro Henrique Meirelles apresentar-se com as credenciais do melhor defensor do legado do presidente. Ele está seguro de que a recuperação econômica renderá trunfos eleitorais a tempo de beneficiar o candidato do governo. Trata-se de uma avaliação de quem domina a evolução da economia, e até agora acertou os prognósticos que fez.
Os 34% de Lula, sinal de que, se competir, o ex-presidente partirá de um núcleo que se mantém resistente ao longo do tempo, são um fator que desestabiliza. Contra ele e o poder dos 17% de Bolsonaro, o único remédio seria um centro-direita. Mas como construí-lo se, em vez de convergência, há excesso de candidatos?
No fim de semana, Alckmin esteve com o presidente Temer, comandante do PMDB, depois de viagens a Pernambuco e Santa Catarina e de um encontro com o presidente do partido, Romero Jucá. Sua meta é promover um desembarque suave do governo, assegurar o maior número de votos possível do PSDB para aprovar a reforma da Previdência e iniciar o diálogo com os peemedebistas destinado a uma aliança visando a 2018.
Por intermédio de interlocutores, o partido de Temer já deixou claras suas expectativas ao governador: apoio à reforma da Previdência, defesa do legado do presidente e campanha em favor do candidato do PMDB ao governo de São Paulo, que poderá ser o prefeito João Doria, caso ele troque de partido.
Longe do que se poderia imaginar, trata-se de uma proposta palatável para os tucanos, uma vez que eles resolvam algumas pendências regionais, como, por exemplo, a acomodação do senador José Serra, visto como forte aspirante ao Palácio Bandeirantes. E o que fazer com o vice-governador Márcio França, do PSB, a quem Alckmin há muito tempo prometeu dar palanque em sua campanha para governador.
O tucano paulista também tem preocupação prioritária: melhorar seu desempenho na preferência do eleitor, que, segundo pesquisa Datafolha recém-publicada, não vai bem. Ele situa-se entre 6% e 9%, percentuais preocupantes para quem tem como adversários Lula (34%) e Bolsonaro (17%), e, portanto, enfrenta dificuldades para chegar ao segundo turno. O governador é um político sem grande projeção nacional e percebido como um candidato de evolução lenta nas pesquisas.
Além do PMDB, Alckmin tem conversado com PSB, DEM, PPS e PTB, com alguns dos quais tem compromisso desde a eleição passada. Sua última conquista foi a adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem deve três movimentos políticos que o fizeram ocupar generoso espaço na mídia nas últimas semanas: 1) “intervenção” na briga Tasso Jereissati x Aécio Neves para “nomeá-lo” chefe; 2) sinalização para a saída do governo de forma a evitar a contaminação a caminho de 2018; e 3) defesa de seu nome como o mais preparado para ser candidato do PSDB.
Fonte: Por Marco Aurelio