Operação Tríade cumpre 6 mandados de prisão em Vilhena e uma em Maringá
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil deflagrou em Vilhena a Operação Tríade para cumprir quatro mandados de busca e apreensão nos gabinetes do Secretário Municipal de Administração, Elizeu de Lima, e do Assessor de Integração Governamental, Severino Miguel de Barros Junior e residências dos investigados, além de sete mandados de prisão, seis em Vilhena e um mandado em Maringá-PR.
Após denúncias recebidas pelo Ministério Público e encaminhadas para investigações pela Polícia Civil foi descoberto que um total de mais de R$ 2 milhões de reais foram gastos em algumas Secretarias Municipais, sem qualquer licitação prévia, em contratos meramente verbais e assim, sem as formalidades e fiscalizações existentes na lei de licitações, o que tornou mais fácil consumar fraudes e desvios em pelo menos três esferas, que apontam desvios.
A primeira na Secretaria Municipal de Obras, que dos mais de um milhão e quinhentos mil reais gastos sem qualquer licitação, o que por si só já é crime, constatou-se pagamentos, por exemplo, de cerca de R$ 379 mil reais em “cascalho” sem qualquer licitação prévia, sem qualquer fiscalização de fornecimento dos produtos pagos, sendo comprovado que as requisições de entrega desses cascalhos, que constam como destino as vias públicas de Vilhena, foram assinadas de forma fraudulenta. Ainda assim, gastou-se mais de um milhão de reais em asfalto, valor esse recebido pela empresa Projetus Engenharia, sem qualquer licitação, além de outros casos.
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O segundo órgão investigado foi a Secretaria Municipal de Comunicação, sendo comprovado que o na época Secretário José Luis Serafim contratou uma empresa de sonorização no valor de R$ 120 mil com verbas da Prefeitura, também sem qualquer licitação e, dos R$ 120 mil que constam pagos no processo de “reconhecimento de dívidas”, apenas 10 mil reais foram efetivamente pagos ao prestador de serviço, já os outros R$ 110 mil reais apontam terem sido desviados através de falsificação de carimbos e assinaturas da empresa no processo.
O terceiro núcleo é relacionado à empresa Elotech, oriunda do Maringá-PR, que, segundo as investigações, recebeu apenas num dos casos R$ 120 mil reais da Prefeitura, também sem qualquer licitação, pagamento promovido pelo então Secretário Severino Junior.
Ocorre que as investigações indicaram que essa empresa, recebedora de milhões em contratos com a Prefeitura, pagou R$ 205 mil reais em propina para servidores municipais, entre eles Bruno Leonardo Pietrobom, Nicolau Junior (ex-servidores) sob supervisão de Severino Barros Junior. Tais provas chegaram a ser tangenciadas em investigações realizadas pela Polícia Federal e MPF em 2015.
Constatou-se, ainda, que a “hegemonia” da empresa Elotech junto à Prefeitura de Vilhena estendeu-se ao SAAE, sendo utilizadas provas da Operação Água Limpa, realizada pela Polícia Civil neste ano, comprovando-se que o SAAE paga ainda cerca de R$ 112 mil reais anuais desde 2013 até os dias atuais para a Elotech, através de aditivos, sendo levantados indícios fortes que a licitação foi fraudada, através de licitação dirigida para que a Elotech saísse vencedora, em projeto básico assinado pelo, na época, diretor Josafá Lopes Bezerra.
Prisões
Foram presos na cadeia pública comum José Luiz Serafim, Eliseu de Lima e Nicolau Junior, além da prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica em relação a Bruno Leonardo Pietrobom e Josafá Lopes Bezerra, os quais, por serem advogados, ficarão neste regime em respeito à prerrogativa do artigo 7, V do Estatuto da OAB, vez que não há sala do Estado Maior na cidade.
Severino Miguel de Barros Júnior não se encontra na cidade e o mandado de prisão ainda está em aberto.
Rudney Rizzioli, proprietário da empresa ELOTECH, foi preso pela Polícia Civil do Paraná.
Há ainda prosseguimento das investigações em outras áreas da Administração Pública Municipal, bem como outras medidas que visam a reaver os valores com indícios de desvio.
A divulgação das informações visa o auxílio da população nas investigações, tanto na localização dos investigados como de onde novas provas ou objetos relacionados possam ser apreendidos. Caso possua alguma informação poderá ser encaminhada através do Disque Denúncia 197 (gratuito) e 98418-7820 (celular, whatsapp e telegram).
Nome da Operação
Tríade diz respeito aos ilícitos recorrentes em três setores existentes na prefeitura municipal de Vilhena. Também é o nome de uma espécie de máfia existente na China com extrema organização e ramificação em vários setores da sociedade.
Fonte: rondoniagora