O que explica essa epidemia de peles sensíveis?
Tendências skincare vêm e vão, mas são os tipos de tratamento que buscamos que pintam a imagem mais clara das necessidades coletivas de beleza. E, ao que parece, nossa pele está em apuros. De acordo com o Global New Products Database da Mintel, 23% dos produtos de cuidados com a pele lançados na Coreia do Sul entre janeiro e outubro de 2017 foram projetados especificamente para peles sensíveis, em comparação com 11% em 2014.
Enquanto isso, a plataforma de e-commerce do Reino Unido Look Fantastic registrou um aumento de 71 por cento nas pesquisas por produtos de pele sensível e sensível desde o ano passado, e as pesquisas do Google por “peles sensíveis” mais do que dobraram nos últimos cinco anos em todo o mundo. Aqui no Brasil também houve aumento nas buscas por esse assunto. Mas quando será que todos nós ficamos tão sensíveis?
As características definidoras da pele sensível são vermelhidão, desconforto e inflamação – esta última é a principal marca da sensibilidade da pele. “Pode ser uma característica de uma série de diferentes condições da pele, incluindo acne, rosácea e eczema, ou pode estar associada à pele ‘normal’, mas que é exposta a fatores ambientais como radiação e poluição, além de desencadeantes comuns, como certos ingredientes para o cuidado da pele”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Além disso, essa inflamação, que precede a sensibilidade da pele, pode ter fatores emocionais envolvidos e um dos maiores vilões nesse sentido é o estresse. “Muitos tipos de células da pele, incluindo células imunológicas e células endoteliais (células que alinham os vasos sanguíneos), podem ser reguladas por neuropeptídeos e neurotransmissores, que são substâncias químicas liberadas pelas terminações nervosas da pele. O stress pode liberar um nível maior dessas substâncias e, quando isso ocorre, pode afetar o modo com o qual nosso corpo responde a muitas funções importantes, como sensação e controle do fluxo sanguíneo. Além disso, a liberação desses produtos químicos pode levar à inflamação da pele”, explica a médica.
Identificar a fonte da sensibilidade à pele é crucial para tratá-la, de acordo com a dermatologista. “‘Pele sensível’ na verdade não é uma entidade definida, pois pode ter diferentes causas subjacentes que precisam de abordagens terapêuticas muito diferentes”, diz ela. “A melhor opção é sempre consultar um dermatologista para ser diagnosticado corretamente.”
As rotinas de skincare, cada vez mais complicadas e complexas, também podem ser o x da questão para descobrir a causa da sensibilidade. “Muitas mulheres reclamam de ter um armário cheio de cremes que usaram uma vez. Ou então elas têm usado o mesmo creme por uma década, apesar da aparência e das necessidades de mudança de sua pele”, diz ela. “O que é importante lembrar é que o cuidado com a pele não é uma ciência exata, porque a individualidade de cada um prevalece. O que funciona para o seu amigo ou aquele blogueiro, modelo, atriz que você segue no Instagram, quase não tem influência sobre o que vai funcionar para você”, enfatiza a médica.
O estilo de vida também pode dar aquele empurrãozinho para que a pele fique ainda mais sensível. “No nosso estilo de vida moderno, estamos cercados de agressores de pele diariamente, desde escapamentos de carros, fumaça, poluição, radicais livres, exposição ao sol, até mesmo dispositivos como telefones celulares”, alerta. Além disso, a alimentação rica em carboidratos, produtos cheios de conservantes e o consumo cada vez menor de ingredientes in natura têm colocado a pele em situações de risco por conta de inflamações internas. “Da mesma forma que a alimentação pode ser um coadjuvante muito importante no tratamento, ela pode desencadear vários problemas, quando a opção por produtos industrializados e altamente processados é feita”, afirma.
Ao escolher os melhores produtos para tratar a pele sensível, é melhor voltar ao básico. “Assim, é mais fácil identificar os produtos que estão exacerbando o problema. Comece com um limpador suave e hidratante, livre de fragrâncias potencialmente irritantes e procure fórmulas sem parabeno. O FPS totalmente físico é melhor se a sua pele é hiper-reativa, então olhe para aqueles formulados com dióxido de titânio e óxido de zinco. Depois, invista em ativos calmantes como niacinamida, Silicium P (ação calmente) e Lipex Canola UB”, aconselha a médica. As cápsulas também podem ajudar, com o ativo FC Oral, Fosfolipídeos de Caviar, que traz o DHA na sua forma biodisponível, com forte ação anti-inflamatória e atuando como modulador inflamatório. “Consulte sempre um dermatologista, que irá investigar as causas e prescrever o melhor tratamento para sua pele”, finaliza a dermatologista.
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