O excesso de niacina pode contribuir para o risco de doenças cardiovasculares
Estudo publicado na Medicina da Natureza duas moléculas no plasma sanguíneo associadas a eventos cardiovasculares maiores, 2PY e 4PY, ambas produzidas quando o corpo precisa metabolizar a niacina, o que pode indicar que o excesso de niacina (neste caso, o ácido nicotínico), uma vitamina complexo do B normalmente usado para diminuir os níveis de colesterol, seria um risco para a saúde.
De acordo com o pesquisador líder do estudo, Dr. Stanley Hazen: “Os efeitos da niacina sempre foram um tanto paradoxais. Apesar da niacina reduzir o colesterol, os benefícios clínicos sempre foram menores do que o previsto com base no grau de redução do LDL. Isso levou à ideia de que o excesso de niacina causava efeitos adversos um pouco claros que neutralizavam parcialmente os benefícios da redução do LDL. Acreditamos que nossas descobertas ajudam a explicar esse paradoxo.”
Resumo
Ó estudo inicial analisou o plasma sanguíneo de 1.162 pacientes com doenças cardíacas originadas e descobriu o risco maior associado.
Duas coortes de validação, uma nos EUA (2.331 pacientes) e outra na Europa (832 pacientes), demonstraram que as pessoas que apresentavam níveis séricos de 2PY e 4PY dentro dos 25% mais altos tinham risco até duas vezes maiores de eventos cardiovasculares adversos maiores nos três anos seguintes em comparação com os pacientes que apresentam níveis dentro dos 25% mais baixos. HRs ajustados de 1,64 (IC 95%; 1,10-2,42) e 2,02 (IC 95%; 1,29-3,18) para 2PY; e 1,89 (IC 95%; 1,26-2,84) e 1,99 (IC 95%; 1,26-3,14) para 4PY.
Leia também: Plástico e risco de eventos cardiovasculares
Componente genético
A análise dos pesquisadores também concorda com o papel que o gene ACMSD pode ter nesse processo metabólico. Os níveis de proteína VCAM-1, associados às variantes do ACMSD, estão correlacionados aos níveis de 2PY e 4PY, e o papel que ela desempenha na resposta inflamatória (ajudando os glóbulos brancos a aderir às paredes dos vasos sanguíneos) contribuiia para a formação de placas nas artérias, aumentando o risco de eventos cardíacos graves.
O teste em camundongos declarou que isso ocorre com níveis altos de 4PY, mas não 2PY.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.
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Autor
Jornalista formada em 2009, com extensão em Produção Editorial e Planejamento Digital, trabalha há quase uma década com produção de conteúdo para a área de saúde.