Novo coronavírus pode permanecer em superfícies por três dias, diz estudo
O novo coronavírus circulando durante a atual pandemia pode sobreviver em superfícies de plásticos e aço inoxidável por até três dias, afirmaram pesquisadores em um estudo publicado como uma carta ao editor do “New England Journal of Medicine”.
O coronavírus ainda pode permanecer em partículas ou gotículas no ar por três horas, diz o mesmo estudo.
A pesquisa, criada pelo US Natiotal Institutes of Health, foi inicialmente postada online na semana passada, mas novos detalhes foram publicados em carta na terça-feira (17).
Essencialmente, a pesquisa descobre que a estabilidade do vírus SARS-CoV-2, que causa a doença COVID-19, é “similar ao SARS-Cov-1 nas circunstâncias experimentais testadas”. SARS-CoV-1 é o vírus que espalhou a Síndrome da Doença Aguda Respiratória (SARS, na sigla em inglês).
Os resultados reforçaram as perspectivas de quanto tempo o novo coronavírus consegue permanecer nas superfícies e no ar, apesar dos cientistas terem dito que mais pesquisas são necessárias.
Alguns pontos-chave das descobertas, segundo a carta da terça-feira:
1. O novo coronavírus permanece vivo em até 72 horas após ser colocado em superfícies de aço inoxidável ou plástico.
2. Fica vivo por até quatro horas após ser colocado sobre cobre e até 24 horas em cartolina.
3. No ar, continuou vivo “durante a duração do nosso experimento”, de três horas.
O estudo indica que a transmissão do novo coronavírus é possível pelo ar e pelos materiais “já que o vírus permaneça vivo e infeccioso no ar por horas e nas superfícies por dias”.
“Essas descobertas ecoam aquelas com o SARS-CoV-1, em que essas formas de transmissão eram “associadas com ambientes hospitalares” e “eventos de supertransmissão”, em que um caso pode ocasionar dezenas ou centenas de casos, escreveram os pesquisadores.
Investigações continuam
Um estudo separado publicado no último mês no The Journal of Hospital Infection descobriu que coronavírus humanos assim como o que causou a SARS foram encontrados persistindo em superfícies inanimadas – incluindo metal, vidro ou plástico — por até nove dias se o material não foi desinfectado.
Isso foi do interesse dos pesquisadores, porque o vírus da SARS é o mais próximo conhecido do novo vírus.
Segundo Maria Van Kerhove, uma epidemiologista especializada em doenças infecciosas na Organização Mundial da Saúde (OMS), pesquisadores continuam a investigar quanto o novo coronavírus pode permanecer nas superfícies e até no ar.
“Como vocês sabem, esse vírus é transmitido através de gotículas, que são pequenas quantidades de líquido”, disse Van Kerhove, em uma conferência de imprensa.
“Quando eles saem de uma pessoa infectada, eles vão a uma certa distância e então eles se instalam. Nessa situação, cuidados de saúde ajudam. É muito importante que trabalhadores de saúde tenham precaução adicional”, como usarem máscaras.
Van Kerkhove adicionou que quando o procedimento de liberação de partículas acontece em uma instalação médica, isso aumenta o risco que essas partículas “permaneçam no ar um pouco mais”.
Como desinfetar
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) afirmou que o novo coronavírus é esperado para se dispersas majoritariamente por gotículas respiratórias, como tosse ou espirro.
]“É possível que uma pessoa adquira COVID-19 após tocar uma superfície ou objetivo que tenha o vírus nela e então tocando sua própria boca, nariz ou possivelmente seus olhos, mas esse não é a principal maneira como o vírus se dispersa”, diz o centro em sua página oficial.
Em suas recomendações sobre como desinfetar uma casa se alguém estiver doente, o CDC estimula a limpeza e desinfecção frequente de superfícies e objetos tocados, como mesas, bancadas, interruptores de luz, maçanetas e puxadores de armário.
A limpeza deverá ser feita com água e sabão e a desinfecção deve ser feita com certas soluções de alvejante ou álcool.
Fonte: CNN Brasil